Luanda
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Angola
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Angola
Breve história

Luanda é a capital da República de Angola e capital da província homónima. Por volta de 1974/1975, Luanda tinha uma população de aproximadamente 500 000 pessoas. Durante os anos da guerra civil angolana verificou-se um imenso êxodo de populações do interior para o litoral e, em particular, para a capital, que alberga hoje cerca de 6 000 000 de pessoas. A partir de 2011, a anterior «grande Luanda» deu origem a três municípios: Luanda, Belas, Cazenga Viana, Kissama, Cacuaco e Ícolo e Bengo. O município de Luanda é formado por 7 distritos: Ingombota, Kilamba Kiaxi, Luanda, Maianga, Rangel, Samba e Sambizanga. Luanda é a cidade que apresenta maior crescimento económico, em particular desde que Angola alcançou uma situação de paz e estabilidade política e social. Os vultuosos investimentos, nacionais ou em parceria com financiadores internacionais privados e institucionais, particularmente na área da construção civil e das telecomunicações, fazem da cidade e do município uma metrópole em crescimento acelerado, com sofisticados edifícios residenciais e de escritórios que coabitam com a cidade colonial e com enormes musseques carecidos ainda de condições básicas de fornecimento de água e de saneamento. Luanda é o principal centro financeiro, comercial e económico de Angola, sendo responsável por cerca de 90% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Ali se encontram sediadas as maiores empresas angolanas e delegações e subsidiárias de várias multinacionais. O porto de Luanda, localizado na baía de Luanda, é o principal porto do país, movimentando mais de 70% das importações e exportações angolanas (petróleo/crude excluído). A capital é também o principal pólo universitário do país, com um número considerável de universidades, entre as quais: Universidade Agostinho Neto, Universidade Católica, Universidade Independente, Universidade Jean Piaget, Universidade Lusíada. Em 2008, foi lançado o projeto da Cidade Universitária, que abrigará o primeiro Parque Científico e Tecnológico de Angola. Nos últimos anos, o governo central tem vindo a desenvolver um ambicioso plano de reconstrução nacional que, embora abranja todas as regiões do país, tem privilegiado a zona da capital. De facto, em Luanda, a reconstrução é evidente em quase todos os sectores da cidade. A reabilitação dos arruamentos, incluindo o seu alargamento e a aplicação de novos tapetes de asfalto, está a ser feita por toda a cidade, a construção de vias rápidas, uma das quais, a chamada Auto-Estrada Periférica de Luanda, permite o acesso rápido ao Cacuaco, Viana, Samba, Kilamba Kiaxi, ao Estádio Nacional 11 de Novembro (construído para o Campeonato Africano das Nações 2010) e ao futuro aeroporto de Luanda; a outra via liga o centro da cidade de Luanda a Viana . O projeto de renovação e requalificação da baía de Luanda envolveu a despoluição ambiental da baía, o alargamento e melhoramento das faixas de rodagem da Avenida 4 de Fevereiro, conhecida simplesmente como a Marginal, que liga o porto à Ilha de Luanda e a construção de parques de estacionamento, zonas verdes e áreas de lazer. A primeira fase do projeto foi inaugurada em 2012. Devido ao grande crescimento populacional verificado na cidade o preço dos terrenos aumentou exponencialmente e os muceques estenderam-se até próximo da fronteira de cidades como Viana. A implantação de infraestruturas ainda não acompanha o rápido aumento da construção habitacional: só 20% da cidade de Luanda tem água e saneamento básico e apenas 30% das casas têm água corrente. Está em marcha um grande investimento na habitação social para abrigar parte da população que vive nos muceques. O programa de urbanismo e habitação lançado pelo Governo prevê a construção de mais de um milhão de fogos até 2012, grande parte deles em Luanda. Os habitantes de Luanda são, na sua grande maioria, de origem bantu, principalmente ambundu, ovimbundu e bakongo. No momento do acesso de Angola à independência, a maior parte dos portugueses ou angolanos de origem portuguesa deixou o país. No entanto, atualmente, a população estrangeira, portugueses, brasileiros e outras nacionalidades de origem europeia, é bastante grande, existindo ainda uma importante comunidade chinesa. A língua mais falada em Luanda é o português, que é também a língua oficial do país, sendo também faladas várias línguas do grupo bantu, principalmente o kimbundu. Luanda foi formalmente fundada por Paulo Dias de Novais em 25 de janeiro de 1576 com o nome de São Paulo de Luanda. A escolha do local foi influenciada por três fatores principais: a existência de um magnífico porto natural, situado numa baía aberta ao mar mas protegida por uma ilha; água potável, as águas dos poços da Maianga no que era a lagoa dos Elefantes; e as excelentes condições de defesa oferecidas pelo morro de São Paulo. Durante os primeiros tempos, a economia de Luanda assentava exclusivamente no comércio de escravos, proporcionando avultados lucros e um elevado nível de vida aos moradores da cidade. Em 1605, com o aumento da população europeia e do número de edificações, a vila de São Paulo de Luanda recebeu foral de cidade, sendo constituída a primeira vereação municipal. Nesta época ergueram-se, na parte alta da cidade, até hoje conhecida como Cidade Alta, várias igrejas, o palácio do governador e outros edifícios públicos. Luanda tornou-se, a partir de 1627, o centro administrativo da região. Para a defender foram construídas a Fortaleza de São Pedro da Barra a Fortaleza de São Miguel de Luanda e a Fortaleza do Penedo. Em 1640, após a restauração da independência portuguesa, Luanda foi atacada e ocupada for forças holandesas (1641), situação que se prolongou até à reconquista da cidade por Salvador Correia de Sá, em 15 de Agosto de 1648. Luanda é uma cidade onde o futuro acontece todos os dias.

Descrição
Área
113 km2 (cidade) / 18 826 km2 (província)
População
2 776 000 habitantes (Populationstat) / 9 700 000 habitantes (Província, World Population Review)
Clima
Clima Tropical com uma estação quente e húmida de outubro a maio e uma estação fria e seca, o cacimbo, de junho a setembro.
Recursos Económicos
Setor terciário/Indúst.transformadora diversificada(alimentos processados,bebidas,têxteis,cimento e outros materiais construção,plástico,metal,cigarros,etc),refinação de petróleo,const.civil/Exportações(petróleo,diamantes,café,algodão,açúcar,ferro,sal).
Elementos Institucionais
Adesão à UCCLA
1985, sendo membro fundador
Aniversário
25 de Janeiro
Presidente da Câmara Municipal
Administradora do Município de Luanda - Milca Cuessue Caquesse
Morada

Largo da Ingombota
Edifício Luanda
Portas 12 a 16 - cidade de Luanda
República de Angola

Reabertura do Largo do Kinaxixi em Luanda

No dia em que Angola celebrou os 49 anos de independência nacional, dia 11 de novembro de 2024, foi reinaugurado o Largo do Kinaxixi, em Luanda, preservando elementos que lhe dão identidade e homenageiam a herança cultural do país.

Além da emblemática estátua da Rainha Njinga Mbandi, o largo ganhou uma nova “cara” com novos equipamentos, semáforos, espaços verdes e outras valências.

A reabertura do emblemático espaço foi prestigiada pelo Governador Provincial de Luanda, Luís Manuel da Fonseca Nunes, pelo presidente da Comissão Executiva do Banco Angolano de Investimento, Luís Rodrigues Lélis, e por diversas individualidades.


Mais informações sobre Reabertura do Largo do Kinaxixi

 

 


 

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AO-Luanda-Reabertura do Largo do Kinaxixi

Morreu o Cardeal Dom Alexandre do Nascimento

Faleceu, em Angola, o Cardeal Emérito Dom Alexandre do Nascimento, dia 28 de setembro, aos 99 anos, em Luanda. Nesta hora, a UCCLA apresenta as mais sentidas condolências à família e à igreja angolana.

Primeiro Cardeal de Angola, Dom Alexandre do Nascimento foi-lhe fixada residência em Portugal pelo regime anterior, por alegada atividade anticolonial em defesa da independência de Angola. Nessa altura resolveu inscrever-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1965, curso que concluiu em 1970. Era então padre e foi colega de curso do Secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho, que se tornou seu amigo e a quem se refere no livro que escreveu “As minhas Causas”, editado pela Editora Guerra e Paz. Dadas as relações de amizade na última deslocação que Vitor Ramalho fez a Luanda, em novembro de 2023, teve oportunidade de o visitar como sempre o fazia nas deslocações a Angola, no Palácio Episcopal de Luanda.

De referir que Vitor Ramalho apresentou as condolências à conferência Episcopal de Angola por esse infausto acontecimento, cujo teor da mensagem foi a seguinte:


Exmo. Sr. Presidente da Conferência Episcopal de Angola,
      
O signatário Vitor Ramalho, natural da Caála e atualmente Secretário-geral da UCCLA - União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa ao ser informado que Sua Eminência o Cardeal Emérito de Angola Dom Alexandre do Nascimento nos deixou, no dia 28/9/2024, vem apresentar à Igreja angolana e, por intermédio de V. Exa à família, os mais sentidos pêsames. Fá-lo também na qualidade que teve de delegado de curso da Faculdade de Direito de Lisboa que Dom Alexandre do Nascimento frequentou, com assinalável êxito, enquanto padre, no período de 1965-1970. A Sua Eminência foi fixada então pelo regime político anterior a 25 de Abril residência permanente em Portugal e essa sanção foi-lhe aplicada pelas atividades anticolonialistas que desenvolveu pela independência de Angola. Colega sempre solidário para com todos na Faculdade de Direito, foi uma referência tornando-nos pessoalmente amigos próximos, também nos anseios à reconquista da liberdade, tendo tido a honra de evocar esse período no meu livro “As minhas Causas”. Pelo seu combate por Angola e pelo seu povo, pelo inestimável contributo que prestou à Igreja Católica e em particular à angolana, reitero em nome próprio nome, no da UCCLA e no dos colegas do seu curso de Direito de 1965-1970 os mais sentidos e profundos pêsames. Como sempre sucedia quando visitava Angola ia saudá-lo ao Palácio Episcopal e assim sucedeu na última deslocação em novembro passado.

Vitor Ramalho

 


Alexandre do Nascimento nasceu a 1 de março de 1925, em Malanje, Angola. Recebeu a Sagrada Ordenação Presbiteral em 20 de dezembro de 1952, na Diocese de Malanje, das mãos de Sua Emª Rev.ma o Cardeal Luigi Traglia, sendo nomeado Bispo da mesma Diocese, em 10 de agosto de 1975, por Sua Santidade o São Paulo VI. Recebeu a Sagrada Ordenação Episcopal como Bispo da Igreja Católica Apostólica Romana no dia 31 do mesmo mês, das mãos do Arcebispo, Sua Exª Rev.ma Mgr. Giovanni De Andrea. Em 3 de fevereiro de 1977, foi nomeado Arcebispo de Lubango - Angola, sendo posteriormente elevado a Cardeal, por Sua Santidade São João Paulo II, a 2 de fevereiro de 1983, como Cardeal-Presbítero de São Marcos in Agro Laurentino. Em 16 de fevereiro de 1986 foi nomeado Arcebispo de Luanda, tendo vindo a retirar-se em 23 de janeiro de 2001, como Cardeal Arcebispo Emérito de Luanda - Angola.

Com licenciaturas em Teologia pela Universidade Gregoriana (Roma), Itália, e em Direito Civil pela Universidade Clássica de Lisboa, Portugal. Foi eleito Presidente da Caritas Internacional em 1983 e reeleito em 1987. Foi membro da Congregação da Propaganda da Fé, da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos e da Congregação para a Educação Católica. Tem várias condecorações internacionais, entre as quais o doutoramento honoris causa em Jurisprudência pela Universidade de Lisboa e a atribuição da Medalha de Ouro Assembleia da República Portuguesa (ano 2000), como reconhecimento da sua ação na defesa dos direitos da pessoa humana. A convite do Representante Especial do Secretário-geral da ONU, esteve presente em vários acontecimentos históricos referentes ao processo de paz angolano, designadamente em Lusaka (1994) e Bruxelas (1995). Publicou diversas obras ao longo da sua vida.


Fonte da biografia de Alexandre do Nascimento

Foto: Vatican News

 

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Morreu o Cardeal Dom Alexandre do Nascimento