A União Europeia, através do projeto "Ianda Guiné", em colaboração com a Organização Não Governamental portuguesa TESE, construiu na ilha guineense de Bolama a maior central fotovoltaica no país.
Alfredo Pais, gestor setorial de energia da TESE na Guiné-Bissau, referiu que a central fotovoltaica de Bolama é sustentada por 1.091 painéis solares de 550 watts, instalados num terreno de 6.500 metros quadrados.
Esses painéis conseguem produzir 600 kwp (quilo-watt pico, unidade de potência que caracteriza os painéis fotovoltaicos) de energia, ainda reforçados com baterias de lítio com capacidade para produzir 1,5 megawatts de energia que poderão alimentar a ilha de Bolama, com cerca de cinco mil habitantes, durante 24 horas.
Para já, o projeto, em fase de testes, instalou 12 quilómetros de cabos elétricos em toda a cidade de Bolama, a partir dos quais algumas zonas do centro histórico já têm iluminação pública.
Capital da então Guiné Portuguesa até 1941, Bolama, como a maior parte das cidades do interior da Guiné-Bissau, depara-se com um fornecimento deficitário de energia elétrica há vários anos.
A central fotovoltaica, construída com um financiamento total da União Europeia, de cerca de três milhões de euros, aguarda apenas pela indicação do Governo guineense para arrancar com o fornecimento de energia à população.
Além da central de Bolama, que Alfredo Pais considera “o grande projeto” da ação “Ianda Guiné”, na sua componente “Lus ku Iagu” (Luz e Água), em que intervém a TESE, a iniciativa está também a intervir no domínio da água em Mansoa, Encheia e Sansanbato, localidades no norte da Guiné-Bissau.
A “Ianda Guiné” é uma iniciativa da União Europeia que visa promover soluções conjuntas com as comunidades para os seus problemas e que lhes possam trazer oportunidades económicas.
Numa primeira fase, a central vai fornecer energia a cerca de 550 clientes, num preço ainda por definir entre os gestores da infraestrutura, informou.
A energia ainda não chegou às casas, mas a população de Bolama já antevê melhorias nas suas vidas, nomeadamente ao nível do comércio, atividades escolares noturnas e segurança pública.
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