O Secretário-Geral da UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa), Vitor Ramalho, quer prestar uma homenagem a todos os estudantes do Império, recuperando a memória da antiga Casa dos Estudantes do Império (CEI), espaço que albergou muitas figuras e personalidades da independência e da cultura.
A CEI foi um espaço criado (em 1944 oficialmente e encerrado em 1965) no Estado Novo para acolher jovens universitários, para estudar em Portugal, vindos das ex-colónias. De acordo com Vitor Ramalho é muito importante a “preservação da memória comum dos nossos povos”, lançando o desafio para a realização de um grande encontro, no próximo ano, que possa recrear este espaço tão simbólico e histórico.
Aproveitando para assinalar os 43 anos da saída clandestina de um grupo de 120 ex-alunos, recuperar a memória desse tempo e a sua importância histórica, é o principal objetivo desta iniciativa que a UCCLA quer organizar, contando, para isso, com o contributo de todos aqueles que se queiram juntar e apadrinhar este grande evento.
No âmbito desta iniciativa, Vitor Ramalho pretende, também, propor a reedição dos Boletins publicados pela CEI, nomeadamente da revista “Mensagem”, promovendo a criação de um centro de encontro e convívio, à imagem do espaço que existia em Lisboa (na Av. Duque D’Ávila). O Secretário-Geral pretende convidar alguns dos alunos que passaram por este espaço e que tiveram intervenção política ou cultural nos seus países de origem. O “apadrinhamento” para a concretização deste evento já conta com o apoio do vice-presidente da República de Angola, Manuel Vicente - com quem Vitor Ramalho esteve, no âmbito da sua visita a Luanda, na semana passada, e do Secretário Executivo da CPLP, Murade Isaac Miguigy Murargy.
São tantos os nomes, ligados à CEI, dos dirigentes e intelectuais dos nossos países de expressão portuguesa, que ficam aqui alguns, como: Amílcar Cabral (dirigente do PAIGC), Pedro Pires (Presidente de Cabo Verde), Agostinho Neto (líder do MPLA e ex-Presidente de Angola), Lúcio Lara (Comandante-Geral das FAPLA), Pepetela (escritor angolano), Manuel Pinto da Costa (Presidente de São Tomé e Príncipe), Joaquim Chissano (ex-Presidente de Moçambique), Francisco Tenreiro (poeta de São Tomé e Príncipe), Alda Lara (poetisa angolana) e tantos outros.
O mote fica, desde já, lançado. Venha recriar a história!