Decorreu, dia 11 de julho, na Fundação Cidade de Lisboa, a conferência-debate subordinada ao tema “Migração Consciente”. Organizada pela Embaixada de São Tomé e Príncipe em Portugal - no âmbito da celebração dos 49 anos da sua independência -, a sessão contou com a intervenção do Secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho.
Reunir individualidades de vários quadrantes sociais e experiências para, em conjunto, refletirem sobre o fenómeno migratório em Portugal, o seu impacto social e político, foram os objetivos da conferência.
A importância e os desafios da migração foram debatidos e tiveram como oradores Francisca Van Dunem, antiga ministra da Justiça de Portugal; Vasco Malta, representante dos Escritórios da Organização Internacional para as Migrações; Vitor Ramalho, Secretário-geral da UCCLA, e Sónia Pereira, diretora dos Serviços da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).
Para Vitor Ramalho “o que preenche a essência do quadro mundial é a multipolaridade, resultado da erupção de novos protagonistas à escala planetária, que buscam outros reequilíbrios, já não os que existiam na bipolaridade nem na unipolaridade, com novos poderes, alguns deles emergentes e que anseiam ter uma palavra no devir mundial. Devemos ter esta realidade presente para se entenderem as razões da influência da realidade exogénea dos países, ou seja, a envolvente mundial externa que está presente no aceleramento dos processos migratórios, incluindo no interior dos próprios países”.
As consequências da pandemia da Covid-19, de acordo com Vitor Ramalho, deu lugar a “fortes condicionalismos na mobilidade da circulação de pessoas e bens à escala planetária”, acrescentando que “esses condicionalismos agravaram fortemente as desigualdades internas, sentidas de forma diferenciada em função do grau de desenvolvimento dos países, mas afetando com maior gravidade os países menos desenvolvidos. Não admira, por isso, que os processos migratórios se intensificassem após a pandemia, atendendo ao descrito no período anterior, iniciado com a globalização, com pressão sobre os países mais desenvolvidos, fossem os EUA ou os países da U.E., por exemplo”.
Leia aqui a intervenção do Secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho
Reportagem da Embaixada de São Tomé e Príncipe em Portugal