Num contexto em que os espetáculos foram adiados, as exposições proteladas e a cultura, de uma maneira geral, está a passar por uma fase menos favorável, a UCCLA apresenta “A Cantar em Português #FICOEMCASA” numa iniciativa que tem como missão trazer música, com autores dos países de língua portuguesa, num momento em que milhares de pessoas se encontram em isolamento social, resultado da pandemia da Covid-19.
Temporada 2
Mensagem do Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho, sobre a iniciativa “A Cantar em Português #FICOEMCASA”. Clique na imagem abaixo:
Texto do Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho:
Como sucedeu com parte significativa das instituições, também a UCCLA passou a ter todos os colaboradores em casa em teletrabalho por efeito da declaração do estado de emergência causado pela COVID-19.
Todos eles, sem exceção, continuaram a dar largas à imaginação com o mesmo objetivo comum: contribuir para o aprofundamento das relações com os munícipes das cidades dos países ou regiões de língua oficial portuguesa, objetivo que integra um desígnio comum de afirmação no mundo. Por esse motivo e pela minha parte não posso deixar de agradecer a todos os colaboradores da UCCLA que, com espírito de servir, têm continuado a honrar a instituição.
Daí que tivéssemos passado desde logo a divulgar a dimensão da pandemia e as medidas adotadas por cada um dos países com cidades associadas da UCCLA para a combater, com a maior divulgação nas plataformas digitais que utilizamos.
De igual modo, desafiámos os escritores de língua portuguesa para produzirem pequenas produções literárias contribuindo por via delas como instrumentos de reflexão sobre o novo modelo de vida com que poderemos ser confrontados no futuro.
A cultura não pode deixar de estar presente nessa reflexão.
E porque é assim, tencionamos publicar em livro esses contributos salvaguardando critérios editorias de qualidade.
Sendo óbvio que venceremos a pandemia, nenhuma das atividades que vínhamos desenvolvendo parou.
Registamos a esse propósito os projetos em curso na Guiné-Bissau, Moçambique ou Cabo Verde por exemplo, com ou sem parcerias, que vão desde o combate pela educação até à defesa e valorização dos centros históricos das cidades, e terminando em respostas à mobilidade urbana não esquecendo a solidariedade devida às vítimas de calamidades naturais como a que há meses atingiu com enorme violência a população da cidade da Beira.
Admitindo que o retorno possível à normalidade da vida ocorrerá brevemente, estamos a projetar retomar as iniciativas que têm marcado a dinâmica da UCCLA, algumas delas desenvolvidas nas instalações da sua sede, logo que essa abertura ocorra.
As canções que integram este reportório musical são um elo desta cadeia, que se exprime pela 4.ª língua mais falada do mundo, numa singular diversidade, mas que a todos une, resultado de um tronco que é comum.
Agradeço aos que aceitaram o repto da UCCLA, autorizando a divulgação das canções, a todos os colaboradores da UCCLA, destacando as técnicas que constam na ficha técnica pela ideia e produção desta iniciativa “A Cantar em Português #ficoemcasa”.
Os artistas que autorizaram a divulgação das suas canções foram Carlos Alberto Moniz (Portugal), Into Ferreira (Timor-Leste), Kálu Mendes (São Tomé e Príncipe), Luiana Abrantes (Angola), Mário Marta (Cabo Verde), Mingo Rangel (Moçambique), Sílvia Nazário (Brasil) e Tabanka Djaz (Guiné-Bissau). Para acederem à música escolhida pelos cantores, basta clicarem em cima da fotografia de cada um.
Video promocional da iniciativa A Cantar em Português #FICOEMCASA - Temporada 2
Carlos Alberto Moniz (Portugal)
“50 Anos, depois…” de se estrear no Zip-Zip, Carlos Alberto Moniz comemora uma carreira repleta de história que deixa marca indelével no panorama cultural português. Com os pilares assentes nos poetas e na música Popular Açoriana e sem nunca deixar de ter na sua essência a força e o espírito de Abril.
Decidiu comemorar estes 50 Anos, depois… com um CD de originais. “O AMOR VIRÁ MAIS TARDE” propõe uma viagem, através dos ritmos, harmonias, sonoridades, respirações, palavras e… silêncios, que compõem esse sentimento único que se multiplica e se manifesta em cada gesto, por mais pequeno que pareça. Este CD é uma celebração à vida quando olhada à luz do amor, pelo ponto de vista de Alexandre O’Neil, Fernando Pessoa, Vitorino Nemésio, José Jorge Letria, António Bulcão, José Fanha, Liliana Lima, Mahatma Gandhi, Vasco Pereira da Costa, Mário Soares, Rodrigo Martins, Amadeu Diniz da Fonseca e Álamo Oliveira.
Into Ferreira (Timor-Leste)
Into Ferreira, 21 anos, natural de Timor-Leste.
O jovem músico é estudante do curso de Contabilidade na Universidade de Aveiro.
Começou a cantar na Escola Portuguesa de Díli, onde estudava, e depois cantou em festas e cafés em Timor, a solo e com banda.
Kalú Mendes (São Tomé e Príncipe)
Carlos Manuel Mendes d´Almeida “Kalú Mendes”, saotomense, começou a can-tar aos 8 anos de idade nos espetáculos nacionais no agrupamento; “Canucos das Ilhas Verdes” com o tio Felício Mendes e outros irmãos e primos. Atuou em várias casas em Portugal como por exemplo: Aiuê, Cristal, Hifi e Lontra Ritz. Convidado para cantar no programa ”Entretenimento Total” da autoria de Júlio Izídro com o tema “ALELUIA”. Convidado a participar no espetáculo da Junta de Freguesia de Lisboa, intitulado “Noite Africana” na Alameda. Espetáculo com a banda DÊXA no salão de espetáculo Aula Magna em Lisboa. Convidado pela Rádio Comercial para representar STP na Gala Africana no salão de espetáculo Maria Matos em Lisboa. Convidado pelo Bonga para gravar junto com os artistas dos sete países de Língua Oficial Portuguesa um trabalho denominado “EM PORTUGUÊS VOS AMAMOS” alusivo à Paz em Timor. Gravou um álbum com o tio Felício no estúdio Tcha Tcha Tcha em Algés intitulado “Tio e Sobrinho”. Atualmente em estúdio para gravar novo CD.
Luiana Abrantes (Angola)
Luiana Abrantes é uma compositora e intérprete luso-angolana, nascida e criada até à adolescência em Angola, que representa um dos talentos promissores da nova vaga de cantautores angolanos. Tendo bebido de nomes emblemáticos da música popular de Angola como Bonga, Waldemar Bastos, Filipe Mukenga e Ruy Mingas, ao mesmo tempo que se deixa influenciar pela música tradicional portuguesa e popular brasileira, Luiana apresenta-se Num disco de celebração da sua profunda angolanidade na condição de uma jovem dos nossos tempos que assiste à pátria a prosperar e a projetar-se para o mundo e para o futuro, nunca esquecendo o património do seu passado. Com um reportório, meticulosamente cuidado, para dar vida a um EP de estreia (5 faixas) intitulado “Angola”. Luiana estampa a raiz do Semba, um Semba contemporâneo despertado pelo rejuvenescimento musical desta nova geração que se dirige, ao mesmo tempo, para Angola e para o mundo. Quando a ouvimos cantar, com a doçura da sua voz melódica, cheia de um lirismo apaixonado pela música da sua terra, a certeza nasce: uma grande história de amor com a música de Angola está agora no seu início.
Mário Marta (Cabo Verde)
Mário Marta, cantor e compositor de origem cabo-verdiana e guineense, amante e intérprete da música tradicional cabo-verdiana e do mundo, começou a cantar em Cabo Verde nas serenatas e tocatinas de quintal, influenciado por vários elementos da família Marta da qual faz parte (que compunham e cantavam com a genuína alma) com cerca de 5 anos de idade. Vem de uma família extremamente musical, onde a música aflora naturalmente. Cresceu na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente, lugar onde a Morabeza do povo cabo-verdiano atinge o seu potencial máximo. Passou sua adolescência embalado pelas belas mornas, coladeiras, batuco, sacudido e espevitado pelos diversos ritmos. Cantou pela primeira vez num grande evento e para um grande público com a idade de 10 anos, maravilhosamente acompanhado por músicos cuja dimensão desconhecia na altura (Luis Morais, Jorge Cornitinho, Frank Cavaquinho, Chico Serra). Apesar de, por opção, atualmente não fazer parte permanente do grupo de gospel “Shout” da qual fez parte durante cerca de 20 anos (tendo atuado nos palcos mais emblemáticos do País), continua a participar esporadicamente em vários concertos do grupo por todo o País. Também faz participações em outros grupos de gospel de relevo no cenário nacional. Cantou com vários cantores, grupos e conjuntos de música portuguesa, cabo-verdiana e guineense de vulto, quer fazendo coros quer em performances de palco (Djodje, Eneida Marta, Ricky Man, Sara Tavares, Rui Veloso, Marisa, Carminho, Ricardo Ribeiro, Lura, Nançy Vieira, Boy G Mendes, Tito Paris, Leonel Almeida, Paulino Vieira, Ala dos Namorados, Nuno Guerreiro Rita Red Shoes, Adelaide Ferreira, Simone de Oliveir). Pertenceu ao grupo de soul português - os SDS (Sons da Soul) cujas músicas fizeram parte de duas bandas sonoras de telenovelas portuguesas que foram merecedoras de discos de ouro e de platina. Em 2018 foi convidado pela mentora do projeto “Orgulho Nacional” para ser a voz do projeto, que teve como objetivo divulgar e levar a morna, música tradicional de Cabo Verde, aos lugares mais recônditos da Europa (até à sua proclamação em 2019) por conta da sua nomeação e candidatura a Património Cultural e Imaterial da Humanidade. Em dezembro de 2019 Mário Marta deu início à sua carreira a solo, com o lançamento de dois temas - “Kriol” e “Aguenta” - que contam com milhares de visualizações no youtube. Para 2020 prepara, através da produtora musical Broda Music, o lançamento de mais temas inéditos. É um cantor que canta instintiva e intuitivamente as melodias do continente que o viu nascer.
Mingo Rangel (Moçambique)
Carlos Alberto Rangel de Andrade, mais conhecido por Mingo Rangel, nasceu na Beira, Moçambique. E um músico, cantor, compositor e escritor moçambicano. Possuidor de carteira profissional de músico desde 1979, altura em que se encontrava a cumprir o serviço militar obrigatório no Hospital Militar à Estrela. Pouco tempo depois passou a integrar o grupo musical português Trio Odemira, como guitarrista. Integra, ainda, regularmente a Grand Union Orchestra sediada em Londres, com a qual tem realizado espetáculos por diversos países europeus (Holanda, Irlanda, França e Reino Unido). Foi com esta orquestra que gravou um disco na famosa sala Queen Elizabeth Hall. Participou no Festival de Música de Setúbal e tocou na Fundação Calouste Gulbenkian. Fez parceria com Lura, a nova revelação da música de Cabo Verde. São de sua autoria alguns sucessos gravados e interpretados por nomes sonantes do panorama musical lusófono tais como Paulo de Carvalho, Dany Silva, Maria João Silveira, Tito Paris, João Afonso, entre outros. Também obteve a colaboração da conceituada cantora galega Uxía Senlle num poema por ele musicado de Federico García Lorca. São de sua autoria os livros “Roupa Lavada” e “Na Ardósia”. Igualmente autor de algumas peças de teatro e amante da escrita publicou três livros de poesia e através da sua própria editora (Ai de mim se não for eu) está em fase de conclusão de um novo romance. (Marés de arroz… marés do arrojo). Musicou parte da Lírica de Camões na peça “Para cantar de ti” com os atores Henrique Canto e Castro e Luísa Ortigoso. Escreveu a peça de teatro “Só nós dois” onde contou com a especial interpretação da atriz Eugénia Bettencourt. Atualmente também se dedica à prática do ensino de guitarra clássica.
Sílvia Nazário (Brasil)
A cantora e compositora Silvia Nazário tem cinco discos editados. O mais recente belo e maduro álbum Tons Azuis/18. Saiu de Salvador em fevereiro de 1990, quando recebeu quatro indicações do Troféu Caymme pelo seu concerto “Catavento”. Já na terra de Cabral, de volta de sua primeira viagem à Índia, recebe dois prémios: Melhor direção musical e intérprete. Em 2016, ganhou o concurso Circula Espetáculo da GDA. Há 28 anos vivendo em Lisboa, já levou a sua música para todo Portugal e parte do mundo.
Tabanka Djaz (Guiné-Bissau)
Os TABANKA DJAZ, oriundos da Guiné-Bissau, formaram-se em 1988 e em menos de um ano a sua visibilidade nacional e internacional foi tal que, após uma tour nos EUA, resolvem gravar o seu primeiro álbum a que deram o nome do Grupo “Tabanka”, editado em janeiro de 1990. Estava assim traçado o percurso de um grupo de sucesso, agora com vinte cinco anos de vida. Entre tours por Angola, Moçambique, Senegal, França, Luxemburgo, Holanda, EUA, Cabo-Verde, etc., os TA-BANKA DJAZ ofereciam aos seus fãs novos sucessos editando “Indimigo” em 1993, e “Sperança” que em 1996 os consagra em definitivo ao atingir quarenta mil exemplares vendidos, recebendo da Associação Fonográfica Portuguesa os discos de Prata, Ouro e Platina. Em 1997, ainda com este trabalho, o Grupo é nomeado para o Ngwomo África o equivalente aos Grammys no Continente Africano. Em 1999, a convite de Martinho da Vila, participam no projeto «Lusofonia» e consolidam o seu estatuto, em especial a nível de embaixadores do Gumbé, um ritmo musical oriundo da regi-ão de Bissau. Em 2002 editam “Sintimento” no qual participam grandes músicos como Martinho da Vila, o guitarrista guineense Tony Dudu entre outros, num álbum recheado de novas sonorida-des. A perda de um importante e querido elemento do grupo, o teclista Caló Barbosa em 2006, a crise financeira que arrasou a indústria musical nacional e o regresso a Angola do baterista Dinho Silva em 2008, ditaram onze anos de silêncio discográfico, que terminam em 2013 graças à deter-minação do grupo em responder prontamente aos inúmeros pedidos dos seus fãs por todo o mundo. Em dezembro de 2013 lançam o álbum “Depois do Silencio” que se apresenta assim como a celebração de 25 anos de carreira dos TABANKA DJAZ, inspirado como sempre pela sua alma africana, pela sociedade atual, e claro pelo amor…, espelhado no tema ”Foi Assim”. Este álbum que foi muito bem recebido pela crítica discográfica, trás de novo o nome do grupo para o mais alto nível da música internacional, fazendo com que 2014 fosse um ano de muita estrada. Participam em vários festivais internacionais e voltam a pisar os grandes palcos um pouco por todo o Mundo. Em 2015 festejaram os seus 25 anos de carreira na mítica sala lisboeta “Coliseu dos Recreios”. Com a sala lotada, apresentam um concerto memorável e com uma energia própria que caracteriza os TABANKA DJAZ. Atualmente a formação base é composta por 3 elementos. São eles o cantor e guitarrista Mikas Cabral, o baixista Juvenal Cabral e o teclista Jânio Barbosa. Ao vivo juntam-se o teclista Paulinho Barbosa, o baterista Cau Paris, o percussionista Kabum, a corista e dançarina Sheila Semedo e os sopros, Lars Arens no trombone, João Capinha no sax e Cláudio Silva no trompete.
Temporada 1
Clique na imagem em baixo e veja o vídeo da iniciativa "A Cantar em Português #FICOEMCASA" pelo Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho
Os artistas que autorizaram a divulgação das suas canções foram Camila Masiso (Brasil), Cao Bei (China), Costa Neto (Moçambique), Guto Pires (Guiné-Bissau), Paulo de Carvalho (Portugal), Paulo Flores e Yuri da Cunha (Angola), Tonecas Prazeres (São Tomé e Príncipe) e Zézé Barbosa (Cabo Verde). Para acederem à música escolhida pelos cantores, basta clicarem em cima de cada fotografia.
Video promocional da iniciativa A Cantar em Português #FICOEMCASA
Camila Masiso (Brasil)
Camila Masiso é a nova geração da Música Popular Brasileira e conta com dois álbuns editados: Boas Novas e Patuá. A cantora, que já dividiu o palco com Roberto Menescal, tem como forte influência a música regional nordestina. A mistura desse estilo a outros ritmos como bossa, samba, música africana e jazz é o fio condutor que liga as canções, composições e trabalhos da cantora. Em 2019 ganhou o concurso Smooth FM Jazz Contest.
Cao Bei (China)
Cao Bei, sendo Bei o nome próprio estreou-se, em palco, aos 9 anos a cantar a Ópera de Pequim. Após se ter apaixonado por um engenheiro português, em pleno Transiberiano, casou e radicou-se em Portugal em 1993. E foi aqui que a sua sensibilidade musical fez com que rapidamente se apaixonasse pelo Fado. Daí nasceu o seu projeto Fado Jasmim. Em 2009 começou a pisar os palcos portugueses, realizando espetáculos multiculturais nos quais entrelaça o nosso Fado com temas exóticos do folclore chinês com referências tibetanos. Dando particular atenção ao aperfeiçoamento da sua técnica vocal lírica, Cao Bei toca também harpa chinesa. Os seus concertos são uma perfeita fusão de sonoridades e culturas, em que um fado pode ser bilingue. O espetáculo Fado Sem Fronteiras é a continuação natural deste percurso. Depois de uma permanência prolongada na China, Cao Bei voltou com uma inspiração renovada, criando um novo encontro de sons e culturas, para os quais convidou três nomes que personificam esta ligação do Fado ao mundo: o icónico Jorge Fernando, a consagrada Mafalda Arnauth e a sempre surpreendente Diamantina. No próximo dia 30 de outubro, no ambiente intemporal do Teatro Tivoli, Cao Bei e os seus convidados levar-nos-ão por esta viagem musical entre Portugal e China, com nuances africanas e porto seguro em Macau.
Costa Neto (Moçambique)
As músicas de Costa Neto cantam os sons, os cheiros, os amigos e a sua terra -Moçambique. Em 1981, fundou com companheiros seus o grupo musical M’bila, um dos grupos que mais revolucionou a música urbana moçambicana. A mudança para Lisboa, no fim da década de 80, impulsionou a consolidação da sua carreira musical. No seu último álbum “Mandjólò“ faz uma homenagem à terra que o viu nascer. Costa Neto preza pela função cívica e representativa da música de um país, sendo considerado um dos maiores impulsionadores da cultura moçambicana na Europa.
Guto Pires (Guiné-Bissau)
Guto Pires é músico natural da Guiné-Bissau é um cantor e compositor multifacetado, criador de temas sobre África e principalmente sobre a sua Guiné-Bissau. Sendo portador de um vasto curriculum que, em muito, já extravasou o seu sonho inicial, tem conseguido, com o decorrer da sua estética musical própria, que reforça a riqueza musical da sua terra mãe, dando voz ao amor, à paz e à liberdade. Participou em inúmeros projetos, desde os ISSABARY, grupo do qual foi fundador, aos coletivos SONS DA LUSOFONIA e SONS DA FALA (grupos que integram entre outros, Sérgio Godinho, Vitorino, Filipa Pais, Rui Veloso, Tito Paris, Dany Silva, Bana e Filipe Mukenga).
Paulo de Carvalho (Portugal)
Paulo de Carvalho cantor, músico e compositor português de música ligeira, Manuel Paulo de Carvalho Costa nasceu a 15 de maio de 1947, na cidade de Lisboa. Em 1971, foi-lhe atribuído o Prémio da Casa da Imprensa para o melhor intérprete português e, em 1972, representou Portugal, conjuntamente com José Afonso, no Festival Internacional do Rio de Janeiro, com a canção "Maria Vida Fria". Em 1974, conquistou o primeiro lugar neste festival com "E Depois do Adeus", canção de José Calvário e José Niza. Em 1999, o músico lançou o disco Mátria, musicando poemas de Maria Barroso, Né Ladeiras, Dulce Pontes, Ana Zanatti, Simone de Oliveira, Isabel Ruth, Mafalda Veiga e Maria Rosa Colaço. Ao comemorar os 40 anos de carreira, o cantor lançou a compilação Antologia - 40 anos (2002).
Paulo Flores e Yuri da Cunha (Angola)
Paulo Flores é autor, compositor e intérprete e é uma referência da música de Angola e um defensor incansável do semba, um dos géneros mais populares da música angolana. A caminho de assinalar os 30 anos tem uma discografia que inclui títulos como “Kapuete Kamundanda” (1989), “Sassassa” (1990), “Coração Farrapo” (1991), “Thunda Mu N’jilla” (1992), “Brincadeira tem Hora” (1993), “Inocenti” (1996), “Canta meu Semba” (1997), “Perto do Fim” (1999), “Recompasso” (2001), “Quintal do Semba” (2003), “Xé Povo” (2003), “ExCombatentes” (trilogia “Viagem”, “Sembas” e “Ilhas” em 2009)” e “Bolo de Aniversário” (2016). Paulo Flores inscreve o seu trabalho numa linguagem que assenta na procura e na valorização do património musical angolano, com espaço para a influência de outros géneros musicais.
Yuri da Cunha está sempre no topo da lista de grandes eventos e festas, na comunidade de língua Portuguesa. Com quatro álbuns de grande sucesso na sua carreira, é hoje conhecido no mundo como o cantor que faz dançar as pessoas de todas as idades: a sua dança hipnotizadora e a energia cativante levam-no a ser conhecido pelo apelido de "O Showman". A sua primeira música "Amigo" esteve no Top da Rádio Pio em Luanda, foi a música de lançamento da sua carreira musical e aquela que o tornou conhecido pelo grande público. Desde esse dia, Yuri da Cunha não parou de lançar sucessos, abriu portas a outros músicos, estabelecendo pontes culturais e colmatando algumas das lacunas culturais musicais angolanas. O cantor está neste momento a gravar o seu novo CD para ser lançado no primeiro semestre de 2020.
Tonecas Prazeres (São Tomé e Príncipe)
Tonecas Prazeres nasceu na Ilha do Príncipe e viveu oito anos da sua infância em Angola, antes da independência do seu país. Frequentou o ensino secundário em São Tomé, num lar para estudantes da ilha originária. Aqui entrou na música através dos Canucos das Ilhas Verdes. Após os anos de tropa, chegou a Lisboa para estudar engenharia, mas encontrou as portas abertas para o mundo do espetáculo. Percorreu países como a França, a Espanha e a Itália, onde cantou para o João Paulo II. Da Europa foi para o Brasil e do Brasil para Macau. Em 2015 editou o disco Afrovungo Project que consta de dez faixas (Susana, Sant City, Voar para ti, Dexa Modéno, Mamâ, Madumé, Gandu, Lobito, Fia Ibibá e São-tomense) com rumbas, dexa, socopé e reggae.
Zézé Barbosa (Cabo Verde)
José Pedro Vieira Barbosa nasceu em 1962, em Cabo Verde, Ilha de Santiago, Porto Ribeira da Barca. A sua infância foi vivida em Angola até aos anos 70 onde, com a sua mãe, rumou apenas com 1 ano de idade. O despertar para a música cedo se apoderou de si, pois, já com os amigos de infância tentava dar cor às notas na viola de lata. Regressando a Cabo Verde, anos mais tarde, o reencontro com a terra que o viu nascer e alojada no seu coração teve o impacto fulcral em sua vida. A paixão pela música fez com que tivesse que tocar muitas vezes escondido e na companhia de Deus. Na Associação Caboverdeana de Lisboa, como refere ser a sua segunda casa, começa a cantar Morna sob a luz do Sol nos almoços dançantes e onde permanece até aos dias de hoje. O seu primeiro CD Kal é bu sonho em 1995. Resultado de um trabalho acústico e mais tradicional, apresentou-se em digressão em 2014 com Um beijo di bó. Em 2018 gravou Mornas d’sodade, lembrando poetas da sua terra saudosa.