Em 2007 a cidade de Luanda, em Angola, tinha cerca de 4.500 milhões de habitantes, dos quais 4/5 residentes nas áreas periurbanas, vulgarmente denominadas por ‘musseques’. O preço elevado da água, nesses bairros periféricos, impossibilitava o consumo de água de qualidade na quantidade adequada a uma parte significativa da população. Cada agregado familiar gastava menos de 5 litros/dia, percorrendo grandes distâncias a pé - geralmente, mulheres e crianças - para seu abastecimento doméstico, ou através da compra de água de camiões cisterna, a qual muitas vezes de baixa qualidade.

Considerando este enquadramento, a UCCLA associou-se à Fundação Marquês de Vale Flor e à organização não-governamental (ONG) TESE- Engenheiros Sem Fronteiras, numa candidatura a financiamento da União Europeia.

A proposta foi aprovada pela Delegação da Comissão Europeia em Luanda, em janeiro de 2007, com a duração de 24 meses (2007-2008). A UCCLA integrou a componente do programa relativa à intervenção no setor da água potável nos bairros mais carenciados de Luanda alcançando mais de 3 milhões de habitantes com baixo rendimento.

O projeto teve como objetivo o fornecimento de água potável e melhorar as condições sanitárias da população habitante das áreas mais críticas dos musseques, através da implementação de um sistema sustentável de gestão, operação, manutenção e recuperação de custos, com base num modelo de participação comunitária, envolvendo a construção e expansão da rede de chafarizes na área de influência do projeto.

O projeto passou igualmente pelo desenvolvimento de iniciativas para a sensibilização e promoção em educação sanitária e ambiental, tendo como principal público-alvo, as crianças. Para tal, a UCCLA cedeu um autocarro multimédia afeto às ações de educação e sensibilização ambiental, em coordenação com o Governo da Província de Luanda, o qual reverteu, no final do projeto, para esta entidade.

Menções: Angola'In (p. 50-51)

Foto: História do Mundo