Morreu Waldemar Bastos

Morreu o cantor angolano Waldemar Bastos

O cantor angolano Waldemar Bastos morreu no dia 9 de agosto, em Lisboa, vítima de doença, com 66 anos. A UCCLA apresenta um sentido pesar à família e ao povo angolano, pela morte de uma das figuras maiores da música africana de expressão portuguesa.

Consternado com a notícia, o Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho, amigo pessoal do cantor e seu admirador, relembrou Waldemar Bastos como um dos maiores intérpretes da música angolana e, para além disso, um amigo de Portugal onde residiu por várias vezes e em temporadas prolongadas, destacando que o cantor tudo fez pela aproximação entre os nossos povos e países.

Com um percurso profissional de mais de quatro décadas, Waldemar Bastos apresentava uma sonoridade que o próprio definia como afro-luso-atlântica, marcada por composições de cariz autobiográfico e influências da cultura africana e portuguesa. Rainha Ginga, Velha Chica e Muxima são alguns dos temas que o tornaram conhecido.

Trabalhou com nomes como Chico Buarque, Dulce Pontes, David Byrne, Arto Lindsay e Ryuichi Sakamoto, entre outros, com a Orquestra Gulbenkian, a London Symphony Orchestra e a Brazilian Symphony Orchestra. Tinha os Bee Gees e Carlos Santana como referências. Em 2001, foi o único intérprete não fadista a cantar na cerimónia de trasladação de Amália Rodrigues para o Panteão Nacional, em Lisboa. Ele e a fadista tinham sido amigos próximos e admiravam o trabalho um do outro.

Recebeu em 2018 o Prémio Nacional de Cultura e Artes, a mais importante distinção cultural do Estado angolano. No ano anterior, tinha sido considerado Músico e Cantor Internacional de 2017 no X Encontro de Escritores Moçambicanos na Diáspora, em Lisboa, ocasião em que foi elogiado por defender a democracia e os direitos humanos. Em 1999 recebera o prémio New Artist of the Year nos World Music Awards, promovidos pelo Príncipe do Mónaco.
 

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Publicado em 10-08-2020