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Morreu Afonso Dhlakama
Publicado em 03-05-2018
A UCCLA ao tomar conhecimento da morte do líder histórico da Renamo, Afonso Dhlakama, recorda que assumiu a presidência do partido com apenas 23 anos de idade, tendo-se mantido nessa liderança até à data do seu falecimento, aos 65 anos.
Pode-se ligar Afonso Dhlakama ao princípio de que em regra quem faz a Guerra é que faz a Paz. Como é sabido, a Renamo foi um movimento guerrilheiro até à outorga dos acordos de Paz em Moçambique, nos anos 90, em Roma, sob a égide da Comunidade de Sant'Egídio. Esse acordo foi assumido por parte do governo moçambicano.
Na sequência desses acordos de Paz realizaram-se as primeiras eleições livres no estado moçambicano, ainda sob a supervisão das Nações Unidas que, para assegurar a Paz, teve um contingente militar de 12 mil capacetes azuis.
O representante das Nações Unidas em Moçambique, na altura, era o italiano Aldo Ajello que foi um grande amigo de Portugal e uma personalidade política de relevo em Itália. Apesar das eleições, a situação de tensão militar não foi totalmente ultrapassada, e as diligências para a recriação das condições de paz envolveram novas negociações, entre o Governo e a Renamo.
Há escassos meses, o atual Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo encontraram-se na serra da Gorongosa, Província de Sofala, e na sequência do encontro foi feito um novo acordo que salvaguarda a integração dos militares da Renamo, para além da participação de responsáveis da Renamo em instituições públicas.
Afonso Dhlakama visitou duas vezes Portugal e a atual Chefe da Bancada Parlamentar da Renamo na Assembleia da República de Moçambique, Ivone Soares, esteve recentemente em Portugal e teve a oportunidade de assistir à inauguração da nova sede quando a Comissão Executiva da UCCLA era presidida pelo então presidente David Simango.
A UCCLA apresenta ao povo moçambicano as condolências da morte de um líder político importante em Moçambique e faz votos para que o processo de consolidação da Paz consiga prosseguir, como é vontade do povo irmão de Moçambique, tão sacrificado por uma guerra
fratricida que durou 16 anos.
Biografia de Afonso Dhlakama http://www.renamo.org.mz/index.php/o-presidente/biografia
Foto: DW