Numa envolvente narrativa histórica, o jornalista e historiador angolano Xavier de Figueiredo apresenta-nos “O Príncipe do Congo” que retrata o perturbado e inquietante período que Angola atravessou com a abolição do tráfico de escravos.
Com a chancela da Editora Guerra & Paz e o patrocínio do Banco BIC - e com prefácio do almirante António Silva Ribeiro, chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas -, o livro foi apresentado em Lisboa no dia 5 de novembro, no Salão Nobre do Palácio da Independência. O Secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho, esteve presente no lançamento.
A sessão contou com a intervenção do presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP), José Ribeiro e Castro, do ex-secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, José Lamego, do editor da Guerra e Paz Editores, Manuel S. Fonseca e do autor.
"A obra O Príncipe do Congo, da autoria de Xavier de Figueiredo, constitui-se como um relevante e pormenorizado contributo histórico para a compreensão dos factores e condicionalismos sociais, políticos, culturais, económicos e militares que marcaram a transição de Angola da era do tráfico de escravos para a modernidade. Além disso, traduz o sentimento de afecto e reflecte o grande interesse do autor pela história de África, que investiga com inovação, inquestionável probidade e rigor científico".
(in Prefácio de António Silva Ribeiro)
Assista à sessão através do link www.youtube.com/watch?v=EyjhCOM8q1c
Reportagem fotográfica do lançamento do livro “O Príncipe do Congo”
Sinopse:
Este livro leva-nos a uma Angola a viver o fim do tráfico de escravos. Uma das últimas resistências a vencer para pôr fim a esse tráfico na costa de Angola foi a dos potentados locais mancomunados com os traficantes. É nesse quadro que, em 1845, ocorre a viagem a Lisboa de D. Nicolau, príncipe do Congo. Seu pai, o velho D. Henrique II, rei do Congo, dera-lhe uma missão: implorar à «compreensão» de Portugal para a «liberdade» de manter o tráfico de escravos, seu único rendimento. A missão esbarrou, porém, com uma realidade inultrapassável. Portugal, alvo de pressões e de jogos políticos, estava obrigado a extirpar dos seus domínios ultramarinos o tráfico clandestino, que neles persistia. Se não o fizesse, arriscava-se a perdê-los. A vontade de Portugal prevaleceu. Em 1860, o tráfico era dado como finalmente extinto. É essa aventura, agitada e dramática, que O Príncipe do Congo explora e relata.
Biografia:
Nasceu em 1947, no Huambo (à data, Nova Lisboa), em Angola. Iniciou a vida de jornalista em 1971, ao serviço do diário a província de Angola, em Luanda. Em Portugal, onde se radicou em 1975, começou por trabalhar no Jornal Novo e, a seguir, na antiga ANOP, agência ao serviço da qual foi o primeiro correspondente permanente da imprensa portuguesa num país africano lusófono – a Guiné-Bissau (1978-1981). Viria, ainda, a ser correspondente da ANOP em Maputo (1982-1983). Foi mentor, fundador e director da primeira publicação de temática africana lançada em Portugal, o quinzenário África Jornal, em 1984.
No ano seguinte, fundou a primeira de diversas newsletters de assuntos africanos, o África Confidencial. Seguiram-se, por ordem cronológica, África Focus, África Intelligence e África Monitor. Tem colaboração dispersa na imprensa em Portugal e em países africanos e foi comentador televisivo de assuntos africanos em Portugal. É autor dos livros de história Crónica da Fundação Huambo/Nova Lisboa e Ceuta: Primeira Conquista de Portugal Além-Mar, bem como da obra O Último Ultramarino, onde revela um olhar crítico sobre aspectos da descolonização de Angola.