No ano em que se assinalam 500 anos do nascimento do poeta Luís Vaz de Camões, destacamos a obra “O Pensamento de Camões” da autoria de Jorge de Sena. Na obra estão reunidos quatro ensaios que Jorge de Sena escreveu nos anos 70.
O livro, com a chancela da Guerra & Paz Editores, foi lançado em abril de 2024.
Mais informações sobre a obra:
De acordo com a Guerra & Paz Editores “Com a publicação de O Pensamento de Camões, a que se seguirá brevemente o lançamento de mais dois livros em que os leitores irão encontrar Luís Vaz de Camões e Jorge de Sena em vivíssimo diálogo, a Guerra e Paz, que hoje perfaz 18 anos de vida, inicia a comemoração do 5.º Centenário do nascimento de Camões, em dia incerto, entre 1524 e 1525.
O Camões que Jorge de Sena nos oferece, em O Pensamento de Camões, é um Camões sobretudo oposto ao das leituras dos políticos. Se a ditadura o tentou instrumentalizar como símbolo imperial e colonial, o poder agora estabelecido vive-o com desconforto, por ser incapaz de se descolar dessa imagem anacrónica e salazarenta, o poeta épico de Os Lusíadas, o elegíaco poeta de Sobre os Rios Que Vão. O que Jorge de Sena faz, como se tivesse previsto o que iria acontecer em 2024, é resgatar Camões desse antro ideológico e instrumental para dar aos leitores um poeta de uma finíssima erudição, o melhor do seu tempo, «o maior poeta em português», um poeta e uma obra que se elevam, universais, em busca do sonho impossível, acima da aberta hostilidade que algumas formas actuais de visão do mundo tendem a opor-lhe.
No livro O Pensamento de Camões, que recupera quatro magistrais textos de Sena, o professor, poeta e ficcionista, afirma que a lírica camoniana «transcende em muito o âmbito nacional de um destino histórico não-cumprido do seu mais alto sentido, para ser, na verdade, um aviso e um apelo que se dirige a toda a Humanidade».
Em O Pensamento de Camões, Jorge de Sena ensina-nos, com uma beleza inexcedível, que Camões «deve ser lido nas entrelinhas e como um nosso contemporâneo». Essa lição, também válida agora, neste século XXI que Sena já não viveu, e porventura ainda mais do que quando Sena assim o interpretou, mostra-nos um Camões de e do futuro, acima da pequenez de orgulhos nacionalistas e piedade cristã. Um Camões que nos fala «como só grandes poetas falam, acerca de angústias, esperanças e desesperos muito parecidos com os de hoje».
O Pensamento de Camões, obra que contou com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, ficou disponível na rede livreira nacional desde o dia 16 de abril. Esta é uma das «Novas Edições de Jorge de Sena», colecção que quer levar a novos leitores a obra de um dos grandes intelectuais do século XX.
Biografia de Jorge de Sena:
Jorge de Sena nasceu em Lisboa, a 2 de novembro de 1919, e morreu em Santa Bárbara, na Califórnia, a 4 de junho de 1978. Licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia do Porto, parte para o exílio no Brasil, em 1959, e aí doutora-se em Letras e torna-se regente das cadeiras de Teoria da Literatura e de Literatura Portuguesa. Muda-se para os Estados Unidos da América em 1965, lecionando na Universidade de Wisconsin e, anos depois, na Universidade da Califórnia. Poeta, ficcionista, dramaturgo, ensaísta e tradutor, é considerado um dos mais relevantes escritores de língua portuguesa do século XX, autor de títulos como “Metamorfoses” (1963), “Os Grão-Capitães” (1976), “O Físico Prodigioso” (1977) e “Sinais de Fogo” (1979), este último considerado a sua obra-prima.
(Fonte da biografia: Wook)
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