Passados 43 anos sobre o massacre que ceifou a vida de milhares de angolanos, a jornalista e investigadora Leonor Figueiredo aborda o tema no livro “Fraccionismo - Quem disse o quê no «Jornal de Angola» antes e depois de 27 de Maio de 1977”, lançado em Lisboa, no dia 27 de maio.
Com a chancela da editora angolana Elivulu, o livro relembra os discursos de personalidades que marcaram a história, como Agostinho Neto, Lúcio Lara. Iko Carreira, Beto Van-Dúnem, Saidy Mingas, Dino Matross, Lopo do Nascimento, José Eduardo dos Santos, entre outros.
Numa altura em que o governo angolano quebrou o silêncio com a criação da Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos, a editora Elivulu lançou esta obra para assinalar e relembrar a data a que ocorreu o massacre que ceifou milhares de angolanos, há 43 anos.
Sinopse:
A exposição de forma cronológica, acerca do massacre que ocorreu em Angola, em 1977. Um trabalho de recortes da narrativa oficial, retirada da leitura de mais de duas centenas de edições do Jornal de Angola, que saíram antes e depois de 27 de maio. Onde a autora recorre não só aos discursos das personalidades mais conhecidas - desde Agostinho Neto, Beto Va-Dúnem, Dino Matross, Iko Carreira, José Eduardo dos Santos, Lopo do Nascimento, Lúcio Lara e Saidy Mingas - como também às menos conhecidas e presos políticos. Uma obra que visa facilitar a investigação e aprofundamento de todos os interessados na matéria.
«Este trabalho pretende espelhar as páginas do Jornal de Angola entre 1 de Janeiro e 11 de Dezembro de 1977, tendo como moldura os acontecimentos que se iniciaram a 27 de Maio. Trata-se de interrogar o passado recente, percorrendo o caminho do “fraccionismo” traçado pelo jornal do poder. Quisemos saber, no período pré-27, quem falou de “fraccionismo” e como se lhe referiu, além de verificar como este órgão de comunicação social noticiou, adjectivou e comentou, directa e indirectamente a «fracção» discordante da direcção do MPLA. No pós-27 de Maio, o foco incidiu no que foi noticiado e nos dados oficiais que daí se podem inferir, quer sobre o MPLA, quer sobre os “fraccionistas”».
Leonor Figueiredo
Biografia de Leonor Figueiredo:
Nasceu em Portugal, em 1956, e cresceu em Angola, onde iniciou os seus estudos. Fez o curso em Jornalismo, na Escola Superior de Meios de Comunicação Social, que foi descontinuado. Em 2003, atualiza a sua formação e licenciou-se em Jornalismo, na Escola Superior de Comunicação Social, do Politécnico de Lisboa. Foi jornalista mais de 30 anos, passando por vários jornais, revistas e agências de notícias.
Trabalhou 21 anos no Diário de Notícias, até 2009, onde recebeu mais de 20 prémios. Foi distinguida com o Prémio de Imprensa da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida (1997), o Prémio de Reportagem Ramiro da Fonseca e o Prémio Bordalo da Imprensa, atribuídos pela Casa da Imprensa (1999), e o Prémio da Imprensa da Liga Portuguesa Contra o Cancro (2002). Nos últimos anos, colaborou com o jornal de cultura angolano O Chá e a revista Caju, suplemento do Sol em Angola.
Publicou vários livros, pautados pelo processo de descolonização em Angola e os primeiros anos da sua independência, como são exemplo: “Ficheiros Secretos da Descolonização de Angola” (2009), “Sita Valles: Revolucionária, Comunista até à Morte” (2010), “Luanda 1974/1975: O Movimento Estudantil” (2012) e “O Fim da Extrema-Esquerda em Angola: Como o MPLA Dizimou os Comités Amílcar Cabral e a OCA (1974-1980)”.
Fonte: Elivulu