O auditório da UCCLA foi pequeno para acolher, no dia 8 de setembro, o lançamento do livro “As minhas causas” do Secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho. Eram muitas as individualidades, amigos e familiares que se juntaram no lançamento de um livro que aborda temas respeitantes a iniciativas que o autor promoveu ou coorganizou e que entendeu serem do interesse coletivo divulgá-las publicamente.
Com a chancela da Guerra e Paz Editores, a obra foi apresentada por Leonor Beleza - por ter sido colega do autor no governo do “Bloco Central” no Ministério do Trabalho onde ambos pertenceram como Secretários de Estado - e por Nicolau Santos - como o autor natural de Angola.
Os temas abordados no livro respeitam, em parte, ao mundo lusófono, particularmente de factos ocorridos em Angola e Moçambique, e também da luta anticolonial em geral, para além dos que têm a ver com a política interna de Portugal e, nesta, de afirmação do país no mundo.
Leia o discurso de Leonor Beleza
Leia o discurso de Vitor Ramalho
Veja o vídeo do lançamento do livro “As minhas causas” de Vitor Ramalho
Sinopse:
Vivemos hoje num mundo multipolar, com novas perspetivas geoestratégicas.
O reforço do populismo, as derivas autoritárias, a incerteza no futuro e a navegação à bolina deram lugar à marginalização das causas na política, afetando o sentido do rumo da marcha.
Estas “As Minhas Causas”, ao conduzirem-nos à reflexão sobre a importância dos factos, em que o autor se envolveu, transporta-nos para a defesa e aprofundamento de desígnios nacionais e, no essencial, à nobreza do exercício da atividade política.
Os 24 capítulos do livro iniciam-se com uma viagem de cariz humanitário a Luanda, a convite da Cruz Vermelha Internacional, para a avaliação no terreno das medidas necessárias à consolidação da paz no período que se seguiria à guerra fratricida que Angola teve e termina com a necessidade de se salvaguardar a memória coletiva, também ela garante do futuro.
Vitor Ramalho é um homem de causas, algo que se revela no seu percurso, ao longo da vida: são as histórias desse percurso e dessas causas, contadas na primeira pessoa, que o autor partilha connosco neste As Minhas Causas.
Diz-se que uma nação que esquece o seu passado não tem futuro, por isso, Vitor Ramalho dá-nos este livro para memória futura das causas que, diz ele, «são de todos, porque os desígnios nacionais não são pertença exclusiva de ninguém» e «nenhuma acção humana é possível de ser alcançada isoladamente».
Eis algumas dessas causas:
• A sua participação essencial como mediador da recuperação da Lisnave, o principal estaleiro português de construção e reparação naval;
• Ter sido uma das figuras centrais no amplo processo de mobilização do I Congresso dos Quadros Angolanos no Exterior, que enquadrou o processo de paz para Angola, em Bicesse;
• Os contributos que deu para o processo de paz em redor de Ressano Garcia, Moçambique, antes dos acordos de Roma, e ainda para as primeiras eleições livres ocorridas em 1994, em Moçambique;
• A promoção da luta contra a fome, tendo sido promotor da Campanha portuguesa contra a fome em Angola durante a guerra civil;
• O seu activismo impulsionador da participação da sociedade civil consubstanciado pela criação da Associação para a participação cívica Participar+;
• A defesa de princípios, sem hesitações, nas funções públicas que exerceu, nomeadamente, no chamado «orçamento limiano», no Congresso «Portugal que Futuro?» ou na contribuição para viabilizar empresas em dificuldades;
• A sua luta pela lusofonia e pela preservação dos laços privilegiados de amizade e cooperação com os povos e países de língua portuguesa.
Num registo pessoal de situações e acontecimentos vividos pelo autor, Vitor Ramalho mostra-nos que «não há futuro sem memória».
Estas são as suas causas, As Minhas Causas.
Nota: O livro está à venda na generalidade das livrarias do país
Biografia do autor:
Vitor Manuel Sampaio Caetano Ramalho nasceu na Caála, Angola, em 21 de Julho de 1948, licenciando-se, em 1970, em Direito, pela Universidade de Lisboa. Exerceu advocacia e teve funções governativas como secretário de estado do Trabalho no governo do bloco central (1984-1985), presidido por Mário Soares. Foi secretário de estado adjunto do Ministro da Economia no primeiro governo de António Guterres (1997-2000) e consultor da Casa Civil do Presidente da República Mário Soares (1986-1996). De 2000 a 2008, foi deputado eleito pelo Partido Socialista, tendo, no exercício de funções, presidido o Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Angola, a XI Comissão da Assembleia da República (Trabalho e Segurança Social) e o Núcleo Nacional dos Fóruns Parlamentares de Língua Portuguesa. Assumiu a vice-presidência da Cruz Vermelha Portuguesa (1999-2003), foi professor convidado da Universidade Autónoma de Lisboa e presidente da Fundação INATEL. É membro de inúmeras associações lusófonas da sociedade civil, sendo também presidente da direcção da Associação Cívica Participar+. Actualmente, é secretário-geral da UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa e autor de várias publicações técnicas sobre o direito do trabalho e o mundo lusófono, além de ter livros publicados, o último dos quais Crónica de Uma Amizade Fixe, da colecção Temas e Debates, da Bertrand.