Decorreu, no dia 8 de setembro, às 18 horas, o lançamento do livro “Patrice Trovoada - Uma Voz Africana”, no ISCTE - Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, em Lisboa, Portugal. Trata-se de uma biografia escrita por Carlos Oliveira Santos, professor de Ciência Política, e prefaciada por Vítor Ramalho e Ângelo Correia.  

 

 

Na apresentação da obra, o autor (que estava presente) revela que o livro “foi feito sem receios” e para que o povo de São Tomé e Príncipe o possa conhecer melhor. Candidato às próximas eleições (marcadas para 12 de outubro), afirmou que chegou a hora de termos uma “nova sociedade e mentalidade, mais transparente e exigente”.

 

      

 

Para Vitor Ramalho, Secretário-Geral da UCCLA, este livro transporta um “enquadramento histórico da realidade do continente africano e perpassa, nele, toda a carreira de Patrice Trovoada, desde a altura do seu nascimento (no Gabão)”.

 

Patrice Trovoada cedo “começa a interrogar-se e a interrogar aos seus concidadãos sobre vários aspetos da vida e começou a perceber que, de facto, o mundo não era a preto e branco, há várias cores”. Descrevendo Patrice Trovoada como um empresário de sucesso, estudante (nos países de leste), político, e “um verdadeiro cidadão do mundo” que “percebeu que a política é uma coisa diferentes da amizade, recordou a amizade que tem com o seu pai, Miguel Trovoada, e de um incidente histórico de asilo político que envolveu o seu pai e o Governo português.

 

 

Ângelo Correia afirmou que este livro foi “feito por uma pessoa, para uma comunidade e para quem o quiser ouvir”, isto é “é um livro para quem precisa de o conhecer melhor e para quem o deseja conhecer melhor” com ideias e convicções bem definidas. Para além do núcleo familiar e da sua importância para Patrice Trovoada, Ângelo Correia destaca as matrizes que delineiam o seu caminho político, por um lado a “afirmação doutrinária” e a “mudança institucional, clarificadora da democracia” por outro.

 

 

Para o autor, o propósito de lançar este livro “é o sentimento de amizade, sem o qual a sociedade democrática seria incompleta”. Patrice Trovoada é uma “descoberta constante” e é um “homem que coloca as questões da africanidade no seu ponto essencial”. De acordo com o autor, neste livro “procuramos abordar uma questão que consideramos fundamental, queremos construir poderes, ou queremos construir sociedades?” e aí reside uma das conceções e atitudes de Patrice Trovoada, “o desejo de construir uma sociedade, o que significa harmonizar-se com e harmonizar todos os cidadãos, contar com eles, com a sua intensa participação, respeitá-los e, sobretudo, construir um poder justo e sério que os represente”. 

 

“Que o povo de São Tomé e Príncipe veja este livro, e as suas palavras, como um convite à coesão e não como uma peça de uma obscura engrenagem bibliografada em querer ser Primeiro-Ministro, ser Presidente, ser o que quer que seja, que não passa apenas por uma coisa, a vontade de contribuir e participar” para São Tomé e Príncipe, afirmou o autor.

 

Na obra, Carlos Oliveira Santos traça o percurso de Patrice Trovoada, filho do ex-Presidente são-tomense Miguel Trovoada, desde as origens até à atualidade, concentrando-se no seu projeto político e tentativas de o concretizar — enquanto primeiro-ministro do XIV Governo Constitucional de São Tomé e Príncipe, de 2010 a novembro de 2012.

 

Neste livro, lançado a pouco mais de um mês das eleições, ajusta contas com o passado, com os seus detratores, traça um diagnóstico da situação do país e lança a sua campanha, apresentando um programa com estratégia e argumentos e dirigindo-se diretamente ao povo são-tomense numa mensagem de 35 páginas apresentada como posfácio.