A diversidade cultural, a multiplicidade de materiais e as diferentes formas de arte lusófona podem ser vistas na exposição “Frente.Verso.Inverso - Arte Contemporânea dos Países de Língua Portuguesa nas Coleções em Portugal” inaugurada no dia 18 de setembro, na UCCLA.
Com curadoria de Adelaide Ginga (MNAC - Museu Nacional de Arte Contemporânea), a mostra reúne 60 obras pertencentes a 54 artistas plásticos contemporâneos dos países da nossa língua comum (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor) em coleções existentes em Portugal.
A exposição permite dar a conhecer o trabalho de artistas menos conhecidos do público em geral, mas também trabalhos da autoria de Chissano, Xanana Gusmão e Abraão Vicente.
Na inauguração, Vitor Ramalho, Secretário-Geral da UCCLA, salientou a qualidade dos trabalhos expostos e agradeceu todo o empenho e trabalho desenvolvido pela curadora e pela equipa da UCCLA.
Esta “exposição, sendo uma iniciativa da UCCLA, coincide, singularmente, com a presença do Senhor Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa, em Angola. É uma feliz coincidência, que resultou da circunstância de nós termos, de facto, apostado num relacionamento cada vez mais profundo entre Portugal e os povos de língua oficial portuguesa. Esta mostra é uma mostra que traduz exatamente este encontro secular de culturas dos nossos povos e países numa modernidade que vai ser expressa na dimensão, muito relevante, das pinturas e das esculturas que aqui se encontram. Todas estas obras são obras que pertencem a museus e instituições portuguesas, mas também a colecionadores particulares”.
Adelaide Ginga agradeceu o desafio que a UCCLA lhe lançou para ser a curadora desta exposição e “louvar o mérito da UCCLA em dar oportunidade de expressão à arte contemporânea e às artes dos países lusófonos, aproveitando este espaço”.
Relativamente à exposição, a curadora afirmou que “é uma exposição coletiva que tem como denominador comum haver uma seleção de obras que estão representadas em coleções em Portugal, nomeadamente em coleções que estão em Lisboa, coleções privadas e públicas, institucionais e outras que são mesmo do domínio privado, individual, e aquilo que a coleção pretende é dar a conhecer os artistas lusófonos e essa representatividade de obras que foram selecionadas para integrar coleções, e permite também perceber aquilo que são as novas gerações de criadores dos países lusófonos – são artistas do século XX, que criaram, nas mais diversas situações, momentos dispares em termos da história e agora, na atualidade, há uma presença muito forte de jovens artistas, alguns ainda em início de carreira”.
Através desta mostra poderemos ficar a conhecer e dar a conhecer ao público as novas gerações de artistas e o seu potencial, os “novos nomes da criação artística”.
No que respeita ao título da exposição - Frente, Verso e Inverso - Adelaide Ginga afirmou que “procura, acima de tudo, reforçar o olhar sobre o real, a diversidade do olhar sobre o real, a multiplicidade com que os artistas veem o real, de uma forma por vezes mais direta, por vezes num olhar pelo verso daquilo que é o real, daquilo que nem sempre é evidente, que está oculto, ou o inverso de uma situação que nos parece ter uma determinada leitura e, na verdade, tem outra. E há obras que, pelo título, pela temática, pela linguagem técnica da criação, pelos próprios suportes - que há uma diversidade enorme, desde a pintura à escultura, do vídeo à fotografia -, são múltiplos os materiais e suportes de criação, as técnicas, os estilos e, acima de tudo, o olhar dos artistas sobre o real que na verdade é um real que partilhamos dentro do universo da lusofonia”.
Adelaide Ginga fez uma visita guiada à exposição, explicando um pouco mais o conceito e as diferentes formas do real expressas nas obras dos artistas.
Na inauguração marcaram presença o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, o Conselheiro de Estado, Domingos Abrantes, Conselheiro da Embaixada de Angola, Evaristo José, a diretora em Portugal da OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, Ciência e Cultura), Ana Paula Laborinho, o Secretário-Geral da Câmara Municipal de Lisboa, Alberto Laplaine Guimarães, representantes das Embaixadas de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, representante da Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação e do Instituto Camões, entre outros.
A exposição estará patente ao público até ao dia 13 de novembro, de 2.ª a 6.ª feira, das 10 às 18 horas.
Morada:
Avenida da Índia, n.º 110 (entre a Cordoaria Nacional e o Museu Nacional dos Coches), em Lisboa
Autocarros: 714, 727 e 751 - Altinho, e 728 e 729 - Belém
Comboio: Estação de Belém
Elétrico: 15E - Altinho
Coordenadas GPS: 38°41’46.9″N 9°11’52.4″W