No âmbito das comemorações da Proclamação da Independência de Cabo Verde, vão decorrer diversas iniciativas de cariz cultural, de 5 a 12 de julho, em Bissau. A exposição “de Dentro e Fora - Coletiva de Artistas de Cabo Verde” e uma mostra de cinema, ao longo de quatro sessões.
As iniciativas são organizadas pela Embaixada de Cabo Verde em Bissau, em parceria com a Câmara Municipal de Bissau, Camões - Centro Cultural Português em Bissau, Centre Culturel Franco-Bissau-Guinéen, Embaixada de Cabo Verde em Portugal, Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde e UCCLA.
Com a curadoria de Ricardo Barbosa Vicente, a exposição “de Dentro e Fora”, que se divide em dois núcleos, será inaugurada no dia 5 de julho, às 18 horas, no Centre Culturel Franco-Bissau-Guinéen, e no dia 7 de julho, às 18 horas, no Camões - Centro Cultural Português em Bissau, estando ambos os núcleos patentes ao público até ao dia 12 de julho.
Trata-se de uma reprodução e adaptação da exposição que decorreu em Lisboa - estabelecendo a relação entre os três países, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Portugal - que irá promover os artistas cabo-verdianos além ilhas. A exposição integrará 31 artistas e 27 obras de diferentes técnicas, como áudio, escultura, fotografia, pintura, literatura, tapeçaria, entre outras.
Atendendo que, este ano, se assinala o cinquentenário do assassinato de Amílcar Cabral e, em 2024, o centenário do seu nascimento, será, também, produzido um apontamento de homenagem à personalidade no âmbito desta celebração.
Biografia dos artistas presentes
Catálogo online da exposição
Paralelamente, decorrerá uma mostra de cinema, ao longo de quatro sessões na combinação de curtas e longas-metragens, a saber:
- 5 de julho, às 19 horas - Centre Culturel Franco-Bissau-Guinéen (Praça Che Guevara)
Longa-metragem “O Poeta da Ilha” (2022) de Júlio Silva, que conta com a presença do realizador.
Gravado nas ilhas de São Vicente e Santo Antão, esta longa-metragem retrata a luta clandestina pela independência em Cabo Verde, procurando sensibilizar e preservar a memória para as gerações futuras;
- 7 de julho, às 18 horas - Camões - Centro Cultural Português em Bissau (Av. Cidade de Lisboa)
Longa-metragem “Cesária Évora” (2022) de Ana Sofia Fonseca.
A “diva dos pés descalços”, a icónica Cesária Évora num documentário que mostra imagens nunca vistas e oferece uma visão nunca explorada sobre a vida da cantora cabo-verdiana que, apesar de não corresponder ao modelo normal de sucesso, foi capaz de superar todas as condições que normalmente a afastariam da ribalta. Esta é a história de uma mulher negra, africana, com mais de cinquenta anos e vinda de um contexto pobre, cujo único sonho era ser livre;
- 12 de julho, às 19 horas - Centre Culturel Franco-Bissau-Guinéen (Praça Che Guevara)
Longa-metragem “Nturudu - Um Carnaval Sem Máscara” (2021) de Arlindo Camacho
Uma homenagem a todos os guineenses que fazem do Nturudu um carnaval com rosto. Intenso... Festivo... Único, mas sobretudo genuíno na sua diversidade cultural. Guiné-Bissau, um país que no Carnaval tira a máscara e revela a sua autenticidade ancestral. Uma viagem de Arlindo Camacho, Roger Mor e Maria Manuel Andrade;
- 12 de julho, às 19 horas - Centre Culturel Franco-Bissau-Guinéen (Praça Che Guevara)
Curta-metragem “Hora di Bai” (2016) de Samira Vera-Cruz.
Curta-documentário sobre os rituais de despedida na Hora da Morte na ilha de Santiago, Cabo Verde. Foi exibido em festivais e mostras em Angola, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Estados Unidos da América, Guiné-Bissau, Macau, Madagáscar, Moçambique, Polónia, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
A entrada é livre.
Exposição “de Dentro e Fora - Coletiva de Artistas de Cabo Verde”:
A exposição “de Dentro e Fora - Coletiva de Artistas de Cabo Verde” esteve patente ao público de 15 de novembro de 2021 a 18 de fevereiro de 2022, em dois locais da cidade de Lisboa - Centro Cultural de Cabo Verde e UCCLA. A exposição contou com a parceria da Embaixada de Cabo Verde em Portugal, entre outros parceiros e apoios locais.
Teve como objetivo convidar o visitante a refletir sobre a condição transnacional dos artistas de Cabo Verde, um país onde a diáspora tem uma marcante e assinalável dimensão com repercussão inequívoca nas artes plásticas. Os autores, na sua produção artística, influenciam e são influenciados não apenas pelas suas raízes, mas também por todo o contexto dos novos países onde vivem ou viveram, pelos quais viajaram e onde produziram as suas obras.
Estiveram representados 36 artistas, com 66 obras agrupadas em sete diálogos improváveis - mar, música, literário, mulher, memória, natureza e têxtil -, aparentes ou possíveis, realizados por diferentes intervenientes com abordagens plásticas distintas sobre os mesmos temas. Com a curadoria de Ricardo Barbosa Vicente, esta exposição foi considerada a maior mostra das artes visuais desde a independência de Cabo Verde.
A intenção do curador é que a exposição seja alvo de itinerância e, com o convite endereçado pela Embaixada de Cabo Verde em Bissau, procedeu-se à realização da mesma por forma a assinalar a data da Proclamação da Independência de Cabo Verde.
Fotografias da exposição