Faleceu Tomás Medeiros
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Faleceu Tomás Medeiros
Publicado em 09-09-2019
Faleceu Tomás Medeiros, um homem de grande generosidade e que abraçou a luta anticolonialista, desde jovem. A UCCLA presta aqui a sua homenagem e manifesta a sua solidariedade à família, particularmente à sua esposa. Foi um grande amigo da UCCLA e, desde a primeira hora, participante da homenagem à Casa dos Estudantes do Império.
 
O velório terá lugar no dia 10/09/2019 no Centro Funerário de  Alcabideche, situado na Rua de Cascais, a partir das 17 horas. A homenagem ao falecido realiza-se no mesmo sítio às 14h do dia 11/09.
Este centro funerário encontra-se localizado junto ao cemitério de Alcabideche e ao Hospital Dr.º José de Almeida, contando com acesso directo à Estrada Nacional de Cascais.
 
 
 
António Alves Tomás Medeiros nasceu no dia 5 de novembro de 1931, em São Tomé e Príncipe. Fez os estudos primários em São Tomé e secundários em Nova Lisboa, no Huambo, Angola, e em Lisboa. Iniciou os estudos universitários nesta cidade, passando por Moscovo, terminando na Crimeia (ex-URSS onde obteve o grau de Doutor em Medicina). Foi especialista em Pneumologia, Medicina de Guerra e frequentou, demoradamente, o Serviço de Alergologia do Hospital de Santa Maria.
 
Foi dirigente e diretor da Revista Mensagem da Casa dos Estudantes do Império, dirigente da União dos Estudantes Africanos, na ex-URSS, e na União dos Estudantes Africanos na Europa (Belgrado).
Cofundador do MPLA - Movimento Popular de Libertação de Angola, MLSTP - Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, MAC, Clube dos Marítimos, Centro de Estudos Africanos e CONCP (Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas).
 
Colaborou ativamente na luta de libertação de Angola, tendo sido Professor no CIR - Centro de Instrução Revolucionária em Dolésie-Congo Brazaville, Médico dos Refugiados Angolanos na fronteira de Cabinda, integrando o Batalhão CAMI, na região político-militar de Cabinda.
 
Trabalhou como locutor e repórter da Rádio Moscovo, colaborou com a escritora soviética Lidia Necrassova na tradução do Português para o Russo do romance Camaxilo de Castro Soromenho e conheceu um académico soviético que o convidou para seu colaborador na secção africana da Academia das Ciências da URSS. Esta situação conferiu-lhe o estatuto de investigador da Biblioteca Lenine. Colaborou com o escritor argelino Kateb Yacine na tradução de francês para árabe de alguns poemas de Agostinho Neto.
 
Publicou várias monografias, versando temas da sua especialidade, e tem poemas, contos e ensaios traduzidos em várias línguas.
 
É autor do livro São Tomé e Príncipe, publicado pela ONCP.
 
Organizou várias antologias de poesia e prosa da literatura africana de expressão portuguesa com a colaboração do escritor angolano Mário Pinto de Andrade.
 
“O Automóvel do Engenheiro Diakamba” é o seu primeiro romance e “A Verdadeira Morte de Amílcar Cabral” o seu primeiro livro de ensaio. Em 2016, num bem organizado apontamento narrativo, Tomás Medeiros publicou “Quando os Cucumbas Cantam”.
 
Aquando da sua retirada da cena político-partidária e profissional, dedicou o seu tempo à família, aos amigos, à leitura e à música.