Encerramento das comemorações dos aniversários da Liáfrica e da Welwitschia na UCCLA
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Encerramento das comemorações dos aniversários da Liáfrica e da Welwitschia na UCCLA
Publicado em 05-12-2022

Teve lugar no auditório da UCCLA, na tarde do dia 3 de dezembro, a solicitação das associações Liáfrica e Casa da Cultura Angolana Welwitschia a propósito da passagem do 25.º aniversário da primeira e do 10.º aniversário da segunda, com um programa concebido por estas para a comemoração das referidas efemérides.

O programa iniciou-se com breves intervenções de João Cravinho, presidente da Comissão de Honra da Casa da Cultura Angolana Welwitschia e Fundador da LIÁFRICA, que deu conta do programa que iria ter lugar.

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De seguida interveio o Secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho, saudando os presentes que encheram a sala e onde se encontravam personalidades de referência dos vários quadrantes da sociedade portuguesa e angolana.

A seguir tomou a palavra o Embaixador de Angola em Portugal, Carlos Alberto Fonseca, que fez alusão ao facto de nas últimas eleições ocorridas em Angola a diáspora ter participado, pela primeira vez, nelas. Daí que tivesse procurado sensibilizar a sociedade civil, através das organizações associativas que as representam em Portugal, virem a ser auscultadas com o propósito de, simbolicamente, poder vir a ser constituído o Dia da Diáspora em Portugal, com o objetivo de dinamizar a confraternização dos angolanos e dos amigos de Angola, reforçando a participação destes na causa do povo angolano.

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Para além do Senhor Embaixador, dignou-se também a estar presente a Cônsul de Angola em Lisboa, Vicência de Brito, e a Alta-Comissária para as Emigrações, Sónia Pereira, para além de personalidades da cultura angolana.

Após a intervenção de Carlos Alberto Fonseca, tomou a palavra a presidente das duas associações, Eduarda Ferronha, que proferiu uma intervenção que se transcreve na totalidade, para conhecimento geral da razão da iniciativa:
 

“Exmos Ilustres Convidados
Exmos Sócios e Amigos

Muito obrigada a todos por terem aceite o convite para estar presentes neste evento, emprestando-lhe uma solenidade que ficará nas nossas memórias.
Num sábado que se segue a um feriado e ponte, ficamos muito felizes de poder contar com todos vós, neste evento que marca o encerramento das celebrações do 25.º Aniversário da Liáfrica e 10.º Aniversário da Casa da Cultura Angolana Welwitschia.
Um cumprimento especial ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. João Gomes Cravinho, que alterou a sua agenda para poder estar presente e ao Sr. Ex Ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, Dr. Manuel Augusto, que se deslocou propositadamente de Angola.
Em relação ao programa que vos foi distribuído, há algumas surpresas que certamente serão do vosso agrado.
Naturalmente que as nossas Associações dão as boas vindas a todos os angolanos aqui e amigos de Angola presentes, porque é para eles que, em primeira linha, se dirigem os nossos anseios, com o sentido que Angola será construída, não só pelos angolanos de dentro, como pelos angolanos de fora, que, numa diáspora notável, estão igualmente vinculados a contribuir para o desenvolvimento do nosso país.
Há dias, realizaram-se eleições em que os angolanos puderam votar, em Portugal. Destaco a alegria e contentamento que todos nós sentimos ao poder colaborar e participar, pela primeira vez em Portugal, numa eleição em Angola.
Um dos propósitos e prioridades das nossas Associações, no trabalho diário com as comunidades na cidade de Lisboa e periferia, é a integração destas, incentivando-as a unirem esforços com o poder local, no sentido de utilizarem todos os recursos possíveis para a conceção e materialização de atividades em que os direitos, os deveres e a dignidades dos cidadãos sejam respeitados.
Como todos sabem, o dia a dia das associações sem fins lucrativos é muito difícil. Fizemos há pouco tempo eleições, renovando os órgãos sociais e integrando pessoas ativas e com disponibilidade, mas só com apoio de todos poderemos prosseguir as nossas ações. Para tal, é fundamental que possamos alargar o número de sócios. Foi entregue a todos um envelope com a ficha de inscrição nas nossas associações, e pedimos que se possível nos ajudem a continuar a nossa caminhada. Felizmente, temos tido apoio e compreensão por parte do Sr. Embaixador de Angola e da Sra. Consul de Angola, possibilitando que as nossas atividades decorreram da melhor forma possível. Mas volto a referir que o apoio de todos é fundamental.
Não podia deixar de referir que os sócios das associações Welwishia e Liafrica, angolanos e amigos de Angola estão a promover, hoje dia 3 de dezembro de 2022 uma sessão de reflexão em Lisboa, na sede da UCCLA, que cedeu as suas instalações, nos termos regulamentares, e no seguimento desta sessão, interpretando os sentimentos dos presentes permitindo-me informa, de acordo com os objetivos estatutários, iremos encetar diligências de auscultação da sociedade civil angolana residente em Portugal junto as demais associações que representam essa sociedade civil, para que se crie um dia que eventualmente se poderá designar por Dia da Diáspora, com referência a uma data simbólica para todos os angolanos.
As duas associações têm em vista que essa data seja de confraternização e reflexão, visando a contribuição para o reforço e aprofundamento solidário da diáspora angolana perante os angolanos mais desfavorecidos residentes em Portugal, e pugnando ainda pela priorização dos desígnios nacionais em que todos os angolanos, por o serem, se revejam.
Para o efeito, irá ser criada uma comissão instaladora no início de 2023, das duas associações ora preponentes, que será apresentada e alargada às demais associações que também e revejam nesta iniciativa, por forma a que ainda em 2023 tenha lugar o primeiro Dia da Diáspora, com a mais ampla unidade, projeção e participações.
As duas associações, aproveitando a proximidade do Natal e do Ano Novo desejam aos angolanos e amigos de Angola festas felizes e em paz.
Quero renovar a minha enorme gratidão pela presença de tantos angolanos e amigos de Angola.
Ao Dr. Vitor Ramalho, um grande obrigada por nos receber na sua casa, disponibilizando todos os recursos humanos e materiais, que nos possibilitam a concretização deste evento. Este agradecimento é extensível a todo o pessoal da UCCLA, que tem sido inexcedível.
Ao Presidente da nossa Comissão de Honra, Eng. João Cravinho, que tem estado disponível todos os dias e a todas as horas para nos ajudar e aconselhar, a nossa eterna gratidão.
À Comissão Organizadora deste evento, cuja composição consta no programa, também o meu muito obrigada e um xi-coração. A vossa disponibilidade foi incrível.”


Após estas intervenções, e sob a moderação de Onofre Martins dos Santos, Juiz Conselheiro Jubilado do Tribunal Constitucional de Angola, proferiram importantes intervenções os Ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho (que poderá ser lida aqui), e o ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, Manuel Augusto, que se pronunciaram sobre as relações bilaterais Portugal Angola, tendo o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal desenvolvido o tema com uma análise exaustiva e muito valorizada pelos presentes, pela objetividade como tratou o tema.

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O ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola usando a seguir da palavra, e fazendo notar que não fazia a sua intervenção enquanto representante do governo de Angola, porque já não o era, mas tendo presente as suas responsabilidades no quadro das instituições angolanas, aproveitou a oportunidade para relevar a importância da desburocratização e simplificação da conceção dos vistos entre os nacionais dos dois países, tendo também em vista as relações entre os dois povos e a importância para a dinamização económica dos dois países.


Após as intervenções havidas, a cantora lírica angolana Té Macedo teve um apontamento cultural com uma canção de música clássica, no caso Avé Maria.

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Para além das intervenções e do momento musical de Té Macedo, houve lugar para a leitura de alguns poemas de Agostinho Neto, tendo em atenção o facto de ocorrer, no ano em curso, a passagem do centenário do nascimento do poeta e da personalidade que acabou por ser o primeiro Presidente da República de Angola, Agostinho Neto. Os poemas foram lidos por várias personalidades de referência, incluindo a conhecida declamadora moçambicana Elsa de Noronha.

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Perante a presença da viúva de Agostinho Neto, Maria Eugénia Neto, Pires Laranjeira, professor da Universidade de Coimbra, tomou a palavra para fazer uma breve intervenção sobre a importância da mulher angolana na pessoa da viúva de Agostinho Neto, fazendo o percurso dela durante e após a luta de libertação nacional como companheira de tantas lutas, em condições tão difíceis, daquele que viria a ser o primeiro Presidente da República de Angola, Agostinho Neto.

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A expressão de solidariedade devida a personalidades que têm dado um contributo relevante, sempre que solicitado, às duas associações - que celebravam as efemérides do 25.º e 10.º aniversário - não podia deixar de ser reconhecida, o que deu lugar à entrega de um título de reconhecimento por essa solidariedade a 25 dessas individualidades, títulos esses entregues, entre outros, pelo Embaixador de Angola em Portugal, Carlos Alberto Fonseca, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, Manuel Augusto, Secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho, viúva de Agostinho Neto, Maria Eugénia Neto, e pela presidente das duas associações, Eduarda Ferronha.

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A sessão terminou com um apontamento musical por Té Macedo, com a canção simbólica angola “Muxima”.

O programa incluía, também uma mostra de artesanato e de gastronomia angolana.

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Liáfrica e Welwitschia:

A LIÁFRICA - Liga dos Africanos e Amigos de África tem desenvolvido, ao longo dos últimos vinte e cinco anos, atividades de formação, nomeadamente nos domínios da Educação para a Saúde, na Área Social e na Área Científica. Tem realizado conferências e congressos, tanto em Portugal como em Angola, contribuindo também para a integração dos africanos (nomeadamente angolanos) em Portugal, assim como para a consolidação dos laços históricos entre os povos Angolano e Português.

A Casa da Cultura Angolana Welwitschia foi criada há dez anos por um grupo de angolanos e amigos de Angola para preencher o vazio da inexistência em Portugal de um espaço condigno de divulgação e promoção da cultura angolana em Portugal.

Ambas as organizações trabalham em parceria no mesmo espaço, sendo associações sem fins lucrativos que também realizam distribuição de roupas, livros, medicamentos e mobílias para a comunidade angolana menos favorecida.