Decorreu, no dia 20 de dezembro, o encerramento da exposição coletiva de 25 artistas macaenses, intitulada “Aqui e Agora”, na UCCLA. Antes da sessão de encerramento foi exibido o documentário “Cidade Ecrã” de Rui Filipe Torres.
A sessão de encerramento contou com as intervenções da Secretária-geral Adjunta da UCCLA, Embaixadora Paula Silva, representante do Observatório da China, Rui Lourido, representante da Art For All e curador da mostra, José Drummond, e Embaixador da República Popular da China, Zhao Bentang.
A intervenção da Embaixadora Paula Silva abordou três temas principais: a exposição artística que celebra o 25.º aniversário da transferência de soberania de Macau, a importância geopolítica desse evento e o papel da língua portuguesa, destacando a continuidade da sua presença e influência em Macau e no mundo.
A responsável, destacando que a exposição tem “criatividade, vigor e, ao mesmo tempo, enorme subtileza”, descreveu algumas das obras em exibição, como o quadro Intercepted Agregation de Alexandre Marreiros, que simboliza os paradoxos da globalização, e Cena Estranha de Leong Man Hin, que explora o limiar entre fantasia e realidade. Também destacou a fotografia Retrato da Luz/árvore de Sisi Wong, que evoca universos imaginários e etéreos, e o trabalho de James Chu, que apresenta uma visão inovadora do mundo através da cartografia e símbolos históricos.
No que respeita à dimensão geopolítica da transferência de soberania, destacou a parceria histórica entre Portugal e a China, construída com diplomacia e compromisso mútuo.
Relativamente à Língua Portuguesa em Macau e no Mundo, a Embaixadora relembrou que Macau é uma cidade marcada pela história dos navegadores portugueses, e mencionou o impacto da cidade na literatura e poesia lusitana. Citou algumas figuras históricas como Luís de Camões e Camilo Pessanha, que associaram Macau à sua obra literária e à poesia portuguesa.
Esta exposição, para o curador José Drummond, representa “25 anos depois, onde a memória é um fator muito importante. Macau continua a ser uma espécie de uma bolha, dentro da República Popular da China, mas que vive intensamente esse espaço intermédio entre duas culturas, entre o passado e o presente, e eventualmente o futuro, e onde a riqueza e o legado português é, hoje em dia, aumentado também pela presença de uma vastidão de turismo que a República Popular da China tem, sabiamente, levado a Macau”. Finalizou, afirmando que esta exposição é a forma de conseguir coordenar a cultura portuguesa e a cultura chinesa, dentro de um mesmo espaço, um espaço intermédio.
O Embaixador da República Popular da China, Zhao Bentang, relembrou que “Macau é uma cidade, um lugar especial. Sem a cultura e a presença portuguesa, Macau não seria uma Região Especial. Macau desempenha um papel muito importante como plataforma de cooperação oriental e ocidental da China e Portugal”. Destacando o Fórum Macau e as relações entre a China e Portugal, no momento da celebração do 25.º aniversário do regresso de Macau à China, “olhamos para o futuro”.
Após as intervenções, procedeu-se à visita à exposição “Aqui e Agora” pelo curador José Drummod.
Todas as informações sobre a exposição “Aqui e Agora” estão disponíveis através do link https://www.uccla.pt/noticias/artistas-de-macau-expoem-na-galeria-da-uccla