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Debate “História de Angola - As abordagens das diferentes gerações” na UCCLA
Publicado em 16-05-2019
A propósito da publicação da 3.ª edição da obra de Alberto Oliveira Pinto - “História de Angola. Da Pré-História ao Início do Século XXI”, a Mercado de Letras Editores e a UCCLA lançaram o debate sobre as perspetivas das diferentes gerações a respeito da História de Angola, no dia 15 de maio.
Num debate moderado pelo jornalista Fernando Alves, houve intervenções:
- Geração mais jovem: Frederico Lutumba, Helena Wakim Moreno e Júlia Mbumba;
- Geração menos jovem: Adolfo Maria, Alberto Oliveira Pinto, José Ribeiro e Castro e Tomás Gavino Coelho.
Para o Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho, este debate vai “consistir fundamentalmente nas visões obviamente diferenciadas, fruto das gerações também distintas dos mais velhos e dos mais novos. Os mais velhos que tiveram toda a informação da situação de Angola num período muito difícil do mundo dividido em dois” e os jovens de hoje que têm “outra visão. Isso é muito salutar ver este encontro diversificado de pontos de vista.”
“Eu sou um angolano platónico” inicia José Ribeiro e Castro, acrescentando que “bebo sempre com imensa avidez aquilo que me chega de Angola, isso é com imenso interesse, paixão aquilo que eu pulsar desse país novo. É um país recente, é um país que resultou das independências dos anos 70, de 25 de Abril e portanto eu creio que esta obra do Oliveira Pinto, chega na altura certa, costuma-se dizer que é bom estar no lugar certo a fazer a coisa certa e eu creio que isso é o que acontece ao Alberto Oliveira Pinto porque Angola tem imensa necessidade de obras deste tipo. Obras como a de Alberto Oliveira Pinto preenchem um lugar único na formação da nação angolana, é uma obra de uma importância extraordinária para uma cultura nacional angolana, compreensiva, abrangente de todos os seus períodos e que desagua neste país independente que é Angola nas fronteiras que eram as suas em 1975 quando a Independência foi declarada no 11 de Novembro”.
Destacando a obra de Alberto Oliveira Pinto, José Ribeiro e Castro defende que “pela sua diversidade, pela sua maturidade, pela sua verdade, pelo seu esforço de verdade e sobretudo pela sua riqueza” ajudará Angola no caminho de uma nova era.
Para Frederico Lutumba a “história de Angola está mal contada, a história de Angola é mal ensinada, então em função dessa reflexão eu procuro trazer aqui algumas experiências vividas, quer na academia, e fora da academia”, destacando que esta problemática tem que ver “sobretudo a partir do período do nacionalismo angolano e graças a Deus temos aqui muita gente que viveu essa fase e temos aqui na mesa um nacionalista de grande gabarito, permita-me o termo e tantas outras personalidades que participaram, viveram e é este ponto de partida”.
Manifestando uma preocupação pelo “nacionalismo angolano” acrescentou que a “geração que nasceu desde 80, 90 e que teve a graça de a guerra ter terminado quando ainda não tinha idade adulta - eu tinha 13 anos de idade - entretanto, muitas consequências de tal fenómeno afetou-me e afeta até agora a nossa geração.”