Congresso da Cidadania Lusófona
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II Congresso da Cidadania Lusófona
Portugal | Lisboa
Publicado em 18-04-2014
A Sociedade de Geografia, em Lisboa, foi o palco escolhido para a realização do II Congresso da Cidadania Lusófona, que abordou, dia 16 de abril, as prioridades na cooperação lusófona.
 
      
 
Coordenado pelo Movimento Internacional Lusófono (MIL) Lusófono e pela Sphaera Mundi - Museu do Mundo, o evento permitiu debater e reunir diversas opiniões de especialistas e organizações da língua portuguesa.
 
Na abertura do evento, o vereador da Câmara de Lisboa, Carlos Manuel Castro, falou da afirmação da nossa lusofonia e no trabalho desenvolvido em conjunto com a UCCLA. Para o responsável, a sociedade civil tem um papel fundamental na preservação e na promoção do espaço lusófono que não se reduz apenas a fronteiras.
 
O primeiro painel - "Lusofonia no século XXI" - contou com cinco oradores: Vítor Ramalho, Secretário-Geral da UCCLA, professor Adriano Moreira; Ana Paula Laborinho, presidente do Instituto Camões; Gilvan Müller, diretor do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, e Guilherme d' Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura.
 
Para Vitor Ramalho “aferimos as nossas necessidades em função dos patamares de desenvolvimento que os países alcançam”. Para o responsável, a realidade da “nossa fala”, conceito mais abrangente que o da lusofonia, como refere, foi criado por uma “realidade humanista muito forte e pelo contributo dos povos”. Relembrando a história, falou da independência do Brasil, da presença dos portugueses pelo mundo, de Timor, da autodeterminação dos povos, da constituição da CPLP, da Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas e da Casa dos Estudantes do Império (CEI) – relembrando a homenagem que a UCCLA irá fazer aos alunos da ex-CEI.
 
Para o Secretário-Geral, as cidades que compõem a UCCLA devem ter uma estratégia, mas não devem descurar a sua própria identidade e memória, sustentando que o estatuto do “cidadão lusófono” tem que ser cuidado e defendido. “Os países que integram a CPLP são portas de entrada de continentes” afirmou recordando o triângulo estratégico onde “Portugal é a porta de entrada da Europa por via marítima, o Brasil é o que é relativamente a toda a América e Angola está no atlântico do sul” e onde não poderemos deixar de “conceber a Ibéria numa lógica que contempla esta realidade do atlântico sul”. Para Vitor Ramalho, a Espanha, neste momento, é uma aliada objetiva e, numa lógica de estratégia global, teremos vantagens económicas relevantes. 
 
“Temos que reconhecer ao 25 de Abril, o crescimento exponencial da língua portuguesa” defendeu Ana Paula Laborinho. O conceito de línguas policêntricas foi abordado por Gilvan Muller, no qual a língua representa o elemento de intervenção humana. Destacando o papel das línguas nos diferentes países, que compõem a CPLP, apresentou dados concretos, atuais e futuros, do papel da língua portuguesa no mundo. Para Guilherme Oliveira Martins, a língua portuguesa, sendo a mais falada do hemisfério sul, implica uma grande responsabilidade. Falou do conceito dinâmico da lusofonia, da cooperação científica e tecnológica, no reforço da afirmação da língua portuguesa.
 
O MIL entregou o prémio “Personalidade Lusófona 2013” ao galego Ângelo Cristóvão como reconhecimento de todo o seu trabalho em prol do reforço das relações entre a Galiza e a Lusofonia.
 
A tarde foi marcada com intervenções de representantes dos oito membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), dos territórios de Macau e Malaca, Guiné Equatorial e da região espanhola da Galiza que debateram as prioridades na cooperação lusófona.
 
O último painel - "O mar como prioridade estratégica"- contou com a presença de Manuel Pinto Abreu, secretário de Estado do Mar.