A UCCLA acolheu, no dia 25 de janeiro, as celebrações do 1.º aniversário da Casa da Cultura da Guiné-Bissau (CCGB). Animação cultural, intervenções institucionais, lançamento de livro, gastronomia e muita música não faltaram neste evento dedicado à cultura e identidade guineense.
Veja a transmissão em direto do 1.º aniversário da Casa da Cultura da Guiné-Bissau no link https://youtu.be/yZq9CvmqYts
O Secretário-Geral da UCCLA, Luís Álvaro Campos Ferreira, manifestou satisfação pela presença de todos nesta comemoração, destacando a importância do projeto, que, além de preservar as tradições e cultura da Guiné-Bissau, também contribui para o presente e futuro, especialmente pela participação ativa da juventude. Enfatizou que a imaterialidade da casa é um valor importante de união entre as pessoas. Luís Álvaro reforçou a necessidade de um espaço próprio para a Casa da Cultura, sugerindo que a Câmara Municipal de Lisboa pudesse ajudar para a concretização dessa ambição.
No seu discurso, a presidente do CCGB, Rita Ié, destacou o impacto positivo que a instituição teve na comunidade. Ao longo do ano, diversas atividades foram realizadas, com destaque para o Centenário de Amílcar Cabral, incluindo concertos, encontros de escritores e artistas, colóquios e exposições. Apesar das dificuldades e da falta de instalações próprias, a casa conseguiu realizar eventos de qualidade, com apoio de parceiros e de recursos próprios. O papel fundamental de entidades e colaboradores também foi reconhecido. O discurso terminou com um agradecimento à comunidade e uma mensagem de otimismo para o futuro da casa, ressaltando que a grandeza da instituição dependerá da ousadia dos seus sonhos e objetivos.
O Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, agradeceu o convite e destacou a importância da criação da Casa da Cultura da Guiné-Bissau, associando-a ao centenário de Amílcar Cabral, aos 50 anos da independência da Guiné-Bissau e aos 40 anos da UCCLA. Enfatizou o papel das cidades na aproximação das culturas, afirmando que “Lisboa não é apenas dos que nasceram em Lisboa - senão eu não era lisboeta, eu próprio não nasci em Lisboa - mas Lisboa é a cidade de quem nela vive e que acolhe. E isso significa que Lisboa também é guineense”. Filipe Anacoreta reafirmou o compromisso de trabalhar para que a Casa da Cultura da Guiné-Bissau tenha um espaço físico na cidade, com o apoio da Câmara Municipal e do seu presidente Carlos Moedas, destacando a importância da diversidade e pluralidade para a identidade de Lisboa. Concluiu a sua intervenção com uma mensagem de união e de apoio ao projeto.
De seguida, um representante da CCGB Tony Tcheca entregou uma pasta ao Vice-Presidente, afirmando que na “pasta, verde esperança, estão ideias, sonhos e um projeto daquilo que esta Casa da Guiné pode fazer, quer fazer. São sonhos, são ideias traduzidas numa forma bem técnica concebidas de maneira a puder encontrar a parceria necessária para que a Casa da Guiné tenha um espaço próprio”.
O programa incluiu animação cultural, com os Netos de Bandim, e uma mesa-redonda sobre “Cultura e Identidade: Tradições, oralidade e mandjuandades na Guiné-Bissau” com Zaida Perira e Karyna Gomes, e moderação de Amadu Dafé.
A agenda do Centenário de Amílcar Cabral 2025 foi também apresentada oficialmente, revelando as atividades e iniciativas previstas para celebrar este marco.
Outro momento especial foi o lançamento do livro biográfico em banda desenhada "100 Cabral - A Epopeia de um Simples Africano", da autoria de Fernando Júlio e Braima Mané, com uma conversa com autores e convidados que partilharam reflexões sobre o impacto de Amílcar Cabral na história da Guiné-Bissau e de África.
Houve, também, uma performance por Sani Dubois e um momento musical com Maio Coopé.
No espaço havia, também, venda de livros e iguarias tradicionais da Guiné-Bissau.
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