Encontra-se patente ao público, na galeria da UCCLA, em Lisboa, até 20 de dezembro, uma vibrante exposição coletiva de 25 artistas macaenses, intitulada “Aqui e Agora”, numa linha de contemporaneidade marcada, quase paradoxalmente, pelos longos e longínquos passos da História, de filosofias e de ritos orientais que se entrecruzam com as tradições do Ocidente.
A mostra percorre diversas formas de expressão artística, como a escultura, a pintura e a fotografia, mas sem perder um fio condutor que não só nos transporta, em polícromas moções, para novéis destinos, mas que também nos oferece dons e verdades de Macau, de par com dons e verdades portuguesas, nesses tempos de ontem, como nos de hoje.
A curadoria pertence a James Chu e a José Drummond.
Organizada pela UCCLA e pela Art For All Society (AFA), no âmbito do 25.º aniversário do retorno da Região Administrativa Especial de Macau à China, a exposição conta com o patrocínio do Governo da Região Administrativa Especial de Macau e Fundo de Desenvolvimento da Cultura, e foi apoiada pelo Instituto Cultural de Macau, com parceria institucional da Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa dos Observadores Consultivos da CPLP, da Câmara Municipal de Lisboa e do Observatório da China.
Fotografias da exposição “Aqui e Agora”
Vídeo da inauguração de “Aqui e Agora” - Exposição coletiva de artistas contemporâneos de Macau
Horário:
A exposição estará patente ao público até ao dia 20 de dezembro. De segunda a sexta-feira, das 10 às 13 horas e das 14 às 18 horas.
Exposição Aqui e Agora - Texto dos curadores:
A exposição Aqui e Agora junta 25 artistas em celebração do 25.º aniversário da transferência de soberania de Macau para a China - um acontecimento que marcou um novo capítulo na rica e multifacetada história de Macau.
Em Aqui e Agora somos levados a uma introspeção profunda sobre a complexidade e a riqueza do património cultural de Macau, uma cidade que se distingue como um espaço singular de encontro entre as culturas portuguesa e chinesa. A interação dinâmica entre estas duas civilizações, ao longo de mais de quatro séculos, moldou uma identidade cultural única e híbrida, que se manifesta de forma vibrante nas obras apresentadas. Esta é uma exposição que procura fomentar um diálogo reflexivo entre os visitantes e as obras de arte, incentivando uma apreciação das nuances culturais que definem esta região única.
O título remete-nos à ideia de presença e de captura do momento atual. Nesta exposição, cada obra de arte funciona como um marco temporal, capturando e preservando as experiências, memórias e emoções dos artistas no contexto atual. Tal como um retrato do presente, estas obras fixam no tempo a evolução cultural de Macau, refletindo as transições e continuidades que definem a sua identidade. Este conceito sublinha a importância de reconhecer e valorizar os momentos significativos que moldam a nossa compreensão do passado e a nossa visão do futuro.
Macau, como ponto de encontro entre Oriente e Ocidente, tem desempenhado um papel crucial na promoção de um diálogo intercultural que enriquece não só as suas tradições locais, mas também o património global. Este diálogo é refletido na arte do território, que frequentemente incorpora elementos visuais, simbólicos e filosóficos de ambas as culturas, criando uma estética única, uma visão multifacetada, que desafia e enriquece o espectador. As obras apresentadas, explorando temas que vão desde a identidade cultural até às transformações urbanas e sociais, e onde se descobre pintura, escultura, instalação, fotografia e vídeo revelam um talento e uma sensibilidade que refletem tanto a continuidade quanto a transformação cultural num testemunho de contemporaneidade e herança cultural.