No âmbito do apoio que a cidade da Beira, em Moçambique, recebeu de diversas entidades portuguesas na sequência do ciclone Idai decorreu, dia 28 de janeiro, a apresentação pública da reconstrução e reabilitação da cidade da Beira, num evento que teve lugar no auditório da UCCLA e que contou com a participação do Embaixador de Moçambique em Portugal, Cruz Vermelha Portuguesa, Câmara Municipal de Lisboa, UCCLA e Conselho Autárquico da Beira.
Os resultados do apoio que Moçambique está a receber são visíveis, mas “o primeiro resultado disto, agrada-nos dizer, é a contribuição do povo português” destacou Joaquim Bule, agradecendo a preocupação e disponibilidade do povo e do governo português para “ajudar a reconstruir o que foi destruído pelo ciclone”.
Destacando a “classe e categoria dos representantes diplomáticos” de Moçambique em Portugal, nomeadamente do Senhor Embaixador, Francisco George, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, afirmou que “se admirou, também no plano pessoal como cidadão, do interesse, da emoção, da expressão solidária dos portugueses em relação a Moçambique”.
Relativamente a donativos, no conjunto “foram dois milhões e seiscentos mil euros acumulados e foram totalmente utilizados até aos últimos euros”, complementados com “donativos que ascenderam quinhentos mil euros em espécie, em alimentos não perecíveis, em alimentos fáceis de preparar, em outros bens que foram despachados por via marítima, no conjunto de cinco toneladas, donativos da UCCLA, das câmaras municipais, da Federação de Futebol, da Federação de Andebol, do Comité Olímpico, de todas as associações que podem imaginar”, garantindo Francisco George que “todos os donativos chegaram à Beira e foram entregues aos destinatários, todos eles, incluindo, vejam bem, largas dezenas de roupa de criança feitas aqui por associações de ONG’s”.
Para Francisco George “tudo o que foi doado teve o seu destino e os montantes juntos foram empregues na reconstrução, na reabilitação e na ampliação, física, de um amplo complexo sanitário que inclui uma maternidade, um centro ambulatório, um centro de atendimento, que inclui farmácia, cozinha, novas edificações para a gestão e atendimento urgente”. Relativamente à reconstrução da maternidade “foram tidas em conta, no plano da arquitetura e da engenharia, as necessidades reais em Macurungo”.
Finalizando, afirmou que a “engenharia foi vigiada regularmente, de forma presencial, por engenheiros séniores de um dos principais grupos de engenharia portuguesa, que é a
Coba, que assegurou voluntariamente a vigilância da obra. O arquiteto principal do projeto foi cedido e trabalhou por conta da Câmara Municipal de Lisboa, que também assegurou grande parte do financiamento da última fase da reconstrução e, o mais espantoso, é que estas sucessivas fases foram geridas sem conflitos, sem problemas de licenças e de burocracia, com total confiança depositada no construtor”. No “plano estético, a obra, no plano funcional, é um exemplo de construção moderna, resistente e adaptada, é feita em betão armado”.
Para o vereador Carlos Manuel Castro, responsável pelo pelouro da Proteção Civil da Câmara Municipal de Lisboa, foi muito “rápida a capacidade de, naqueles dias de março, termos, com meia dúzia de telefonemas, montado uma estrutura com a dimensão que, de facto, tem e que começou aqui em Lisboa e Portugal e a rápida ligação que tivemos com Moçambique, sobretudo com a zona da Beira, porque foi possível montar um dispositivo à altura daquilo que eram as necessidades que aquele povo, aquela região de Moçambique, enfrentaram naquelas duras horas”.
Realçando o envolvimento por parte de instituições públicas e privadas nacionais, no apoio a Moçambique, Carlos Manuel Castro enalteceu o apoio de “cidadãos anónimos” com “pequenos gestos simbólicos”.