O lançamento e apresentação ao público do primeiro livro de um escritor é um momento único. O livro “Pérolas Soltas” é disso exemplo! A são-tomense Mirian de Deus escolheu a UCCLA para a apresentação da sua primeira obra, uma obra que representou uma terapia para a autora, umas pérolas soltas que falam sobre assuntos diferentes e que foi dada a conhecer no dia 30 de julho, no auditório da UCCLA.
A UCCLA esteve representada pelo técnico José Bastos, em representação do Secretário-geral Vitor Ramalho, que saudando todos os presentes, afirmou ser uma honra e prazer a instituição acolher a primeira obra da “jovem” Mirian de Deus, salientando que a UCCLA é um “espaço da lusofonia, é um espaço de todos nós, de todos vós. Aqui realizamos muitos atos em prol da defesa da língua, em prol da cooperação entre as nossas cidades”.
O Embaixador de São Tomé e Príncipe em Portugal, Rui Carmo, destacou este lançamento da “primeira obra, estilo poético, da nossa jovem Mirian de Deus. A Miriam que veio dar um grande contributo à nossa poesia e à nossa cultura, embora de tenra idade, mas nós só podemos encorajar este ato, encorajar, digamos, assim pela audácia que ela teve de nos brindar com esta obra num momento bastante penoso, devido à pandemia”. Relativamente ao título “Pérolas Soltas”, de acordo com Rui Carmo, o mesmo traz à memória vários aspetos das ilhas de São Tomé e Príncipe, dai que a Embaixada de irá “acarinhar” o livro.
A apresentação da biografia da autora esteve a cargo da jornalista Neusa Sousa e a apresentação do livro foi da responsabilidade de Roselyn Silva, ambas de São Tomé e Príncipe.
Foram projetados vídeos com declarações diversas, entre amigos e algumas personalidades mais conhecidas da cultura como a escritora Olinda Beja e os cantores Tonecas Prazeres e Anastácia Carvalho. A declamação de poemas do livro “Pérolas Soltas” abrilhantou, ainda mais, o momento.
Veja aqui a apresentação do livro “Pérolas Soltas” de Mirian de Deus
Sinopse:
Mediante tantos desafios que a quarentena nos apresentou, a escrita de poemas foi a forma que encontrei para ultrapassar o desconforto e as crises existenciais.
Os meus poemas, minha terapia, isto porque é nos poemas que consigo dar voz a muitas das minhas inquietudes e aos meus eu(s) mais obscuros.
Faço a analogia desses poemas com as pérolas das ostras. As ostras só produzem pérolas quando não estão felizes, ou seja, é preciso um certo desconforto para elas poderem produzir pérolas. Assim, os meus versos ricos e profundos são o resultado das minhas inseguranças.
Biografia:
Mirian Patrícia Gomes Madre de Deus nasceu em São Tomé e Príncipe, a 1 de setembro de 2000. Filha de Maria Izilda Cabral Gomes Duarte e de Manuel Argentino da Madre de Deus, naturais de São Tomé. Ficou órfã de pais aos 5 anos, em julho de 2006. Foi criada pelos familiares, nomeadamente pela sua avó materna, que fez até o impossível para que nunca faltasse nada. Morou também num colégio de Madres onde aprendeu a partilhar, tolerar, consolar e desafiar-se a si mesma. Em 2018, Mirian de Deus recebeu uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian, para fazer o curso de Bioquímica na Universidade de Évora, em Portugal. Em 2020, lidando com diversas crises existenciais, encontrou refúgio nos poemas e nas histórias que criava, e desde então nunca mais abandonou a sua paixão. Extremamente comprometida e apaixonada pelas crianças, os seus poemas e histórias são maioritariamente dedicados à proteção e educação das crianças.