Dia 20 de janeiro marca uma nova era na representatividade cultural guineense em Lisboa. A apresentação oficial da Casa da Cultura da Guiné-Bissau decorreu no auditório da UCCLA e a data foi escolhida por assinalar os 100 anos do nascimento de Amílcar Cabral.
As palavras encorajadoras dos intervenientes contribuíram para assegurar que o projeto da Casa da Cultura da Guiné-Bissau, há muito desejado, é importante para a comunidade que almeja concentrar, num só espaço, as suas raízes, a sua história, as suas referências e constituir um ponto de encontro e de encontros.
De acordo com a diretora da Casa da Cultura da Guiné-Bissau, Rita Ié, “o nosso nascer como nação se deu pelas mãos dos artífices da nossa liberdade, mas a nossa afirmação como povo é forjada por meio da cultura. Cultura é história, é resistência. Cultura é tudo aquilo que nos define como povo. São ritmos, ritos, saberes, sabores, são cores - as cores do nosso carnaval, os padrões do nosso pano di pinti. Cultura é a alma que nos liga num único sentir, guinendadi. É ela, que através de fios invisíveis tece as nossas vidas numa só mandjuandadi e marca o ritmo do nosso dia-a-dia”. O caminho está a ser feito, mas “acreditamos na força gerada da união de várias mãos para a edificação desta casa, que é de todos. E para todos, da nossa parte, sempre que precisarem…a casa é vossa” destacou Rita Ié.
A apresentação do projeto, a programação e as linhas gerais que irão orientar o funcionamento da Casa da Cultura foram presentados por Amadu Dafé.
O dia foi de festa, em que não se assinalou apenas o legado dos heróis nacionais que lutaram pela independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, mas também se elevou a cultura e a identidade cultural do país, a partir da efeméride do centenário de Amílcar Cabral.
Veja a transmissão da apresentação oficial da Casa da Cultura da Guiné-Bissau na UCCLA
A Casa da Cultura da Guiné-Bissau nasceu da necessidade de providenciar um espaço dedicado à preservação, valorização e promoção da cultura da Guiné-Bissau, partilhada por diversas gerações de guineenses residentes em Portugal, porém, que um grupo de cidadãos, constituído por investigadores, ativistas e artistas, das mais diversas áreas da cultura e da sociedade, decidiu realizar.