A Associação Caboverdeana de Lisboa e o Centro Cultural da Malaposta vão organizar, no dia 20 de junho, um Recital de Poesia sobre a Emigração e a Diáspora Cabo-Verdianas, que terá lugar a partir das 21.30 horas, no Café-Teatro do Centro Cultural (sito na Rua Angola, Olival Basto, Odivelas, Portugal).
Uma das dimensões mais ricas da cultura cabo-verdiana é aquela vertida na sua poesia e particularmente naquela incidente sobre a emigração, a diáspora e o êxodo do povo das ilhas pelas sete partidas do mundo.
Na verdade, desde os seus primórdios que, fazendo jus ao brocardo popular korpu ki é negu ta bai, alma ki é livri ta fika, de fina e imperecível sabedoria, que a poesia cabo-verdiana vem fixando em letras de sangue e águas de nostalgia as várias moradas da saudade que também perfazem a idiossincrasia do Povo das Ilhas e Diásporas.
Eugénio Tavares, Pedro Cardoso, Jorge Barbosa, Pedro Corsino de Azevedo, Osvaldo Alcântara, Manuel Lopes, António Nunes, Gabriel Mariano, Ovídio Martins, Yolanda Morazzo, Corsino Fortes, João Vário/ T. T. Tiofe, Osvaldo Osório, Kaoberdiano Dambará, Mário Fonseca, Arménio Vieira, Emanuel Braga Tavares, até aos vates da novíssima geração…Raros são os poetas cabo-verdianos que não se debruçaram sobre a saga da emigração cabo-verdiana e a nação diaspórica que dela, ao longo dos séculos, emergiu.
Com textos selecionados pelo poeta José Luís Hopffer Almada na vasta poesia cabo-verdiana de ressonâncias (anti) evasionistas e (anti)terra-longistas para um guião escrito com elevado grau de profissionalismo pelo ator e encenador Manuel Estevão, é essa saga poética da emigração, particularmente daquela mais sofrida que ainda ressoa das verdes confins das roças de São Tomé e Príncipe, que se fará ouvir e de forma sumamente eloquente pelas vozes de Charlie Mourão, Filomena Lubrano, José Luís Hopffer Almada, Manuel Estevão, Marlene Nobre e Regina Correia.