Imagem
Filme guineense “Clara di Sabura”
Portugal
Publicado em 31-07-2014
O filme guineense “Clara di Sabura” serve de mote para um debate sobre as “ameaças” no feminino associadas às novas gerações africanas, que a associação cultural Zona Franca (Rua de Moçambique, n.º 42), em Lisboa, Portugal, promove no dia 1 de agosto, a partir das 21 horas.
O filme surge de um poema com o mesmo título do jornalista e poeta guineense Mussá Baldé e é o segundo filme inteiramente produzido na Guiné-Bissau. Foi realizado por José Lopes em 2011, com poucos meios, e recruta o essencial dos seus atores (na maioria amadores) nos liceus e universidades da capital guineense.
Tal como o poema Antoni Ronkanti (António Bazofo) de Mussá Baldé, que visa criticar os rapazes pela vida de ociosidade, aparências e bluffs que levam na capital do país (Bissau), Clara di Sabura é o contraponto feminino de uma juventude guineense que, para muitos, é considerada como estando à deriva. O filme centra-se na história de uma rapariga, Clara, que ignora os conselhos de familiares e colegas, descura a escola e as lides domésticas, e procura outras formas de singrar na vida, como relações amorosas com quem a possa ajudar a alcançar o que pretende, ganhando assim a alcunha de Clara Sabura (Clara das Festas, da “boa vida”).
Após a projeção do filme, e para lançar o debate com o público sobre estas “ameaças no feminino”, foram convidados Cadidjatu Baldé (Membro do Projeto Musqueba: Agriculture School for women), Ricardo Falcão (antropólogo, doutorando em Estudos Africanos no ISCTE-IUL, que fez a sua pesquisa de terreno sobre estas temáticas no Senegal) e Joana Vasconcelos (doutoranda em Estudos Africanos no ISCTE-IUL e em Antropologia Social e Cultural na Bélgica, cuja pesquisa incide sobre vivências de jovens raparigas e transições para a idade adulta em bairros periféricos de Bissau).
Entrada livre.