UCCLA acolheu o lançamento do livro “A fabulosa galinha de Angola” de Luísa Fresta

UCCLA acolheu o lançamento do livro “A fabulosa galinha de Angola” de Luísa Fresta

O auditório da UCCLA foi palco, no dia 22 de fevereiro, do lançamento do livro “A fabulosa galinha de Angola”, da autoria de Luísa Fresta, uma fábula que incorpora temas como a exclusão, poligamia, ostentação, racismo, extinção das espécies e ecologia.
 
O livro “A fabulosa galinha de Angola” tem a chancela da Editorial Novembro e foi apresentado por Regina Correia. O evento contou, ainda, com a intervenção da editora Avelina Ferraz e um momento musical a cargo de Paula Lourenço Santana.
 
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Para Regina Correia este livro “pode ser visto como uma aula ou conferência sobre a relação duvidosa entre o Homem e os outros seres e as calamidades que daí advêm, para o nosso planeta, os pássaros representarão um grito lúcido e desesperado pela Liberdade do reino animal, confinado à prisão, em distintas geografias, devido às profundas alterações climáticas, à destruição de habitats, à extinção deliberada por caça ou pesca intensivas e à abusiva invasão e destruição das florestas para o lucro com a venda de madeira, ou mesmo, à requalificação dos espaços verdes para a criação intensiva de gado ou para fixar certas culturas agrícolas invasoras. O texto surge-me como bisturi afiado que vai cortando os tecidos gastos, podres, malignos e define regras para comportamento colectivo, sem atropelos, no respeito pelo Outro.”
 
 
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Para a autora Luísa Fresta, foi a partir da contemplação de umas “galinhas artesanais”, oferecidas por uma amiga, que nasceu “uma história que porventura ansiava por ser criada e esculpida, com alguns detalhes rocambolescos que as pessoas que escrevem arranjam sempre maneira de incluir nas narrativas mais inócuas. Na verdade eu comecei a achar que seria engraçado criar uma história com uma heroína improvável, e essa heroína seria a galinha de Angola, conhecida também por uma infinidade de outros nomes nos vários países de língua portuguesa como capota, galinha-do-mato, Guiné, pintada, galinhola, cocá ou fraca. Ou ainda galinha-da-índia, como se adivinhasse que conheceria os seus primeiros leitores justamente na Avenida da Índia…. Uma ave que não seria necessariamente a mais bonita nem a mais inteligente, nem a mais faustosa, talvez até com algum grau de vulnerabilidade, mas que era vistosa, alegre, conciliadora, justa, corajosa, assertiva e ambiciosa. Alguém com essas caraterísticas só podia ser …FABULOSA!” 
 
Dando a conhecer um pouco melhor a forma como nasceu o livro, Luísa Fresta acrescentou que “queria sobretudo uma história com cores garridas e ritmo, protagonizada por aves que pudessem percorrer grandes distâncias atravessando com a narrativa vários pontos do continente africano. Mas depois, ou antes, senti a necessidade de fixar o enredo em Benguela, que é uma cidade costeira do Sul de Angola, inevitável e insubstituível nas minhas memórias e que eu chamo também minha, por ser a terra do meu pai e a cidade da minha infância”. As galinhas talvez “sejam mais dotadas do que nós, seres humanos, para encontrar os caminhos mais consensuais e favoráveis rumo a uma existência pacífica e harmoniosa. Talvez elas consigam identificar e nomear as dificuldades que as magoam e prejudicam e esquivar-se às pragas do racismo, da xenofobia, da intolerância e perceber, entre si, porque é que algumas espécies estão a desaparecer…talvez…mas são apenas suposições que cada um de vocês irá confirmar ou desmentir depois de ler o livro” afirmou.
 
As ilustrações são da autoria de Elsa Ribeiro que, de acordo com a autora, são “muito bonitas além de serem muito fiéis ao texto”. 
 
 
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Sinopse:
Um congresso de pássaros de África em Angola é o pretexto para falar de temas como a exclusão, a poligamia, a ostentação, o racismo e a extinção das espécies. Aqui a ecologia volta a ser tema de debate mas são os pássaros, e não os homens, que buscarão soluções para um estilo de vida que caminha para o abismo. Contado como uma fábula, voltamos a recorrer à personificação, ao humor e à poesia, para fazer passar a mensagem de uma forma lúdica.
 
Biografia da autora:
Luísa Fresta, portuguesa e angolana, viveu a maior parte da sua juventude em Angola, país com o qual mantém laços familiares e culturais. Reside em Portugal desde 1993. 
Publicou em 2012/13 uma série de crónicas sobre as décadas de 70/80 da vida em Luanda, através do Jornal Cultura - Jornal Angolano de Artes e Letras com o qual colaborou regularmente até 2015 e publicou também pontualmente em diversas revistas on-line (a moçambicana Literatas e as brasileiras Samizdat e Subversa). Escreve regularmente desde 2013 no portal O Gazzeta, coordenado por Germano Xavier e desde 2014 publica prosa e poesia no portal Entrementes - Revista Digital de Cultura. Desde 2016 escreve também no jornal digital Artes&Contextos.
Sobre cinema (essencialmente lusófono e africano francófono) mantém participações episódicas através de artigos de opinião no site de crítica de cinema Africiné, portal BUALA, revista Awotele, e manteve, até 2015, duas colunas na revista METROPOLIS intituladas: A 7.ª arte em África e Filmes da lusofonia. Em 2016 integrou o júri do comité de pré-seleção da representação pan-africana do Festival l’Arbre d’Or (filmes documentários- Gorée/ Senegal).
Prémios e principais antologias:
1998- Portugal: concurso de contos curtos “Expo 98 palavras” (texto Crime, publicado juntamente com cerca de outros 100);
2013- Brasil: 2.º lugar no 9.º concurso online – II Prémio Licinho Campos de Poesias de Amor (poema Soneto do Amor no Feminino); 2º prémio no 1º Concurso Internacional de Literatura de Alacib, (na categoria crónica, com Outros Campeonatos);
2014- Brasil: o poema Talvez foi considerado um dos melhores 50 apresentados a concurso e incluído numa coletânea publicada pela Academia Jacarehyense de Letras, promotora do 8º Festival Internacional de Sonetos;
2015- Brasil: crónica Luanda, aliás «São Paulo da Assunção de Loanda» incluída numa coletânea editada pela Casa do Poeta Brasileiro de Praia Grande-SP;
2016- Portugal: integrou, juntamente com sete outros autores, uma antologia solidária dedicada ao tema da saúde mental, intitulada “Mens Sana” (com o conto O papel de Aurélie), editada pela Livros de Ontem;
2018- Brasil: 1.º prémio de crónica internacional no 2.º Varal Literário da Câmara Municipal de Divinópolis com o texto Eu quero a panela grande;
2019- Angola: participou numa antologia em homenagem ao poeta João Tala intitulada “Nós e a Poesia” editada pelas Edições Handyman; Portugal: integrou uma antologia poética intitulada “Templo de Palavras”, com o selo da Editorial Minerva e coordenação literária a cargo do poeta e escritor Delmar Maia Gonçalves; Brasil: 1.º prémio de crónica internacional no 3.º Varal Literário da Câmara Municipal de Divinópolis com o texto Os caminhos ínvios da escrita; Cabo Verde: participou na antologia solidária “Mulheres e Seus Destinos”, organizada por Yara dos Santos e Lena Marçal.
Obras da autora:
49 Passos/ Entre os Limites e o Infinito (poesia), Chiado Editora, 2014
Contexturas (contos, baseados em quadros de Armanda Alves, co-autora), Livros de Ontem, 2017
Março entre meridianos (poesia, 1.º prémio “Um Bouquet de Rosas para Ti”), MAAN, 2018
Março entre meridianos (reedição), Livros de Ontem, 2019
 
 
 
 
Publicado em 23-02-2020