A UCCLA acolheu, dia 12 de outubro, o lançamento da obra “A Guerra na África Austral - Análise da Estratégia Total Nacional da África do Sul 1948/1994” da autoria do Tenente-General Miguel Júnior. 

 

O lançamento da obra contou com as intervenções do Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho, do autor do prefácio, António José Telo, de Francisco Proença Garcia, da editora Cláudia Peixoto e do autor Miguel Júnior.

 

  

 

 

Dando as boas vindas a todos, Vitor Ramalho afirmou que a UCCLA é uma instituição que tem como objetivo o “aprofundamento e o estreitamento das relações entre as cidades dos países de língua oficial portuguesa”. 

 

Para o responsável esta obra “suscita, desde logo, uma tremenda curiosidade”, acrescentando que “dentro de todas as artes da ciência, a arte mais sugestiva e aquela que mais me cativou sempre foi a arte militar - tenho sempre na minha cabeceira o Sun Tzu (livro “A Arte da Guerra) - e quando tenho alguma dúvida sobre comportamentos que devo ter, a vários níveis, lá vou buscar o livro”, confidenciou, reforçando que “na complexidade que o ser humano tem, nós na guerra somos confrontados com aquilo que há de mais realista e sobre o qual não temos alternativa, é a vida e a morte, e portanto, nesse confronto para a sobrevivência temos que adotar, de facto, uma estratégia militar por forma a preservar nas contendas militares, e no próprio período de desenvolvimento delas, aquilo que é a preservação da própria vida”. 

 

“Evidentemente que, hoje, a estratégia militar está muito para além deste raciocínio linear e envolve outras componentes” para destacar que no livro, agora apresentado, se aborda uma “estratégia total nacional da África do Sul, e abrange um período bastante extenso, de 1948 a 1994, portanto um período que abrange as duas guerras mundiais praticamente, abrande um período histórico da nossa vida”.

 

    

 

Um breve currículo das individualidades presentes na mesa foi apresentado pela editora Cláudia Peixoto, para de seguida discorrer sobre o autor. O “Tenente-General é, obviamente, uma individualidade, mas é para mim um homem muito simples, de um trato muito fácil, muito acessível e com uma perspetiva de vida muito prática”. Este livro é um “importante contributo inovador para a historiografia moderna e para a África Austral claro”.

 

 

Para o prefaciador António José Telo este livro permite “explorar em conjunto um percurso longo de séculos, de Portugal e Angola, e poder refletir as experiências de Angola depois da independência, um dos mais notáveis estados africanos, um estado que num continente está mergulhado, infelizmente, uma grande parte no caos e onde nós temos, em mais de metade dos seus estados, situações de crise humanitária, Angola mantem a estabilidade, Angola mantem a pujança, Angola mantem a sua unidade e Angola mantem o seu desenvolvimento”. O autor do livro tem sido “uma das vozes importantes para nos fazer compreender este percurso de Angola, e nos fazer compreender como é que se construiu esta unidade nacional” concluiu. 

 

Para o autor “prefaciar obras desta natureza é para pessoas que tenham um profundo conhecimento do domínio das questões de defesa, segurança, relações internacionais e do pensamento estratégico, porque é preciso prefaciar à medida do desafio”. 

 

“A questão da guerra é algo que faz parte do nosso quotidiano e a guerra em África tem estado presente. A África Austral, na segunda metade do século 20, viveu e presenciou inúmeras guerras, algumas das quais foram as guerras de libertação nacional”, acrescentando que “com o fim da guerra, é chegado o momento de estudar essas guerras que ocorrem na África Austral, sobretudo essa guerra que opôs os estados independentes e a África do Sul, com destaque até para África do Sul e Angola”.

 

Para o autor o “estudo das guerras implica ter em consideração alguns aspetos. Portanto há práticas, há exigências com que temos que lidar, de modo a que uma guerra seja estudada convenientemente”, dando como exemplo o nível de análise de uma guerra e a sua análise estratégica.

 

A apresentação da obra foi feita por Francisco Proença Garcia, para quem o autor “apesar da sua longa experiência consegue dar-nos uma visão distanciada e isenta sobre as guerras que acabou por vivenciar. Traz-nos uma sistematização de documentos, onde com a sua isenção, se distancia e nos traz uma visão muito clara e interessante, não romântica do problema da guerra na África Austral”.

 

 

O lançamento do livro contou com a presença, entre outras individualidades, do Embaixador Luís José de Almeida, chefe da Representação Permanente de Angola junto à CPLP.

 

 

 

 

 

Miguel Júnior, tenente-general das Forças Armadas Angolanas, desempenhou, ao longo da sua carreira, diversas funções. No momento presente, é chefe da Direcção de Estudos e Investigação Militar do Estado-Maior-General das Forças Armadas Angolanas e é professor de História Militar no Instituto Superior Técnico Militar de Angola (ISTM). 

 

É autor de diversas obras e artigos sobre Defesa, Segurança e História. 

 

É mestre em História Militar pela Academia Militar/Universidade dos Açores de Portugal e em História pela California Hill University, sendo Associado em Educação por esta universidade. É Ph.D. em História pela Atlantic International University e pela Paramount California University (Magna Cum Laude). É licenciado em História pela Universidade Aberta de Portugal e em Ciência Política pela California Hill University dos Estados Unidos da América.

 

Fez os cursos de Inter-Armas na Academia Vistrel e de Ciências Históricas na Academia Político-Militar Lenine na antiga União Soviética e fez os cursos de Comando e Direcção no Instituto Superior Militar de Angola e de Estratégia e Arte Operativa na Escola Superior de Guerra de Angola.