A UCCLA foi o palco das comemorações dos 25 anos da Liáfrica e da mesa redonda que assinalou os 44 anos da Independência de Angola, no dia 4 de novembro. O hino de Angola abriu a sessão.
Vítor Ramalho, Secretário-Geral da UCCLA, começou por saudar a “iniciativa da Liáfrica e da minha querida amiga, Dr.ª Eduarda Ferronha”, assim como todos os presentes. Para o Secretário-Geral “Angola foi independente num período muito difícil da vida da humanidade, num mundo bipolar, que transportou para Angola, uma guerra quente quando, na Europa, se desenvolvia uma guerra fria. Portugal e os portugueses acompanharam muito de perto, como povo e país fraterno e amigo de Angola, toda a evolução. De tal forma, que depois do conflito sangrento, que a seguir à independência se desenvolveu, foi em Portugal que teve lugar o início do processo de reconciliação dos angolanos com Bicesse. O período, na altura, também não era muito propício e que, de imediato se estabelecesse a paz. Persistiu, durante muito tempo, até, se a memória não me falha, 2 de abril de 2002. Exatamente, em abril de 2002, foi possível, uma reconciliação mais consequente, o mundo também havia mudado muito. E as perspetivas de desenvolvimento de Angola, de paz e de consolidação, foram reabertas. Hoje o país vive dificuldades, de todos os níveis, como é evidente. Mas, quando há, digamos, uma gestação deste mundo tão difícil, também seria muito complicado que fosse de outra maneira. Eu não vou falar disso, vou apenas evocar que já passaram 44 anos, sobre toda esta situação decorrente da Independência de Angola.”
A presidente da direção da Liáfrica e da Casa da Cultura Angolana Welwitschia, Eduarda Ferronha, agradeceu a todos terem aceite o convite e explicou as atividades que a associação tem desenvolvido. “Estamos aqui a assinalar esta nossa independência com muitos amigos de Angola. Angola tem angolanos por toda a parte e, em Portugal, existe a maior comunidade que existem de angolanos que assumem a sua angolanidade e que é um orgulho para Angola e que, pela sua competência e prestígio, ocupam lugares de grande relevo nas instituições, no governo, parlamento e autarquias. Angola atravessa, neste momento, algumas dificuldades, mas de certeza que vão ser ultrapassadas. Se o povo de Angola conseguiu a independência, também vai ganhar esta batalha” concluiu.
O Cônsul Geral de Angola em Lisboa, Narciso do Espírito Santo Júnior, saudou os presentes e apelou a toda a comunidade angolana “um forte sentido de paz e de unidade nacional”.
A mesa redonda contou com as intervenções de José Deodoro Faria Troufa Real (Catedrático da FA-UTL e presidente da Fundação Troufa Real - UKUMA), Albina Faria de Assis Pereira Africano (Consultora do Presidente da República de Angola e Comissária Geral das Expos Internacionais) e Luandino Luís Alves de Carvalho (Adido Cultural da Embaixada da República de Angola em Portugal), com a moderação de Francisca Van Dunem, Ministra da Justiça de Portugal.
A sessão terminou com a intervenção de Onofre Martins dos Santos, Juiz Conselheiro Jubilado do Tribunal Constitucional de Angola e presidente da Mesa da Assembleia Geral da Casa da Cultura Angolana Welwitschia, e com a leitura de poesia.
