No âmbito da iniciativa que a UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa) pretende levar a cabo de homenagear os antigos alunos da Casa dos Estudantes do Império (CEI), o Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho, tem realizado diversos encontros com várias personalidades que não poderão deixar de colaborar e promover esta grande iniciativa.
Assim, no decorrer do mês de setembro, o Secretário-Geral teve encontros com o Secretário Executivo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), Murade Isaac Miguigy Murargy, com os Embaixadores de Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Brasil. Por estar em processo de transição, ainda não foi possível efetuar encontro com o Embaixador de Timor-Leste.
Estes encontros foram, estendidos, igualmente à presidente do Instituto Camões, bem como aos Embaixadores de Angola, Moçambique e Brasil, acreditados junto da CPLP.
Ficou, também, agendada uma reunião com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, para depois das Eleições Autárquicas (que terão lugar a 29 de setembro).
Também já teve lugar uma reunião com o anterior Secretário de Estado da Cooperação e está, igualmente, agendada uma audiência com o Presidente da República de Portugal, Cavaco Silva, ainda no decorrer deste mês.
Ao longo das diversas reuniões e audiências, Vitor Ramalho deu a conhecer os objetivos daquele que será um reconhecimento merecido para com aqueles que lutaram pela independência, recuperando a memória da antiga Casa dos Estudantes do Império (CEI), espaço que albergou muitas figuras e personalidades.
O Secretário-Geral transmitiu as ideias base que revestem esta homenagem e que se traduzem na reimpressão das principais edições da CEI, na realização de um colóquio, no levantamento de todos os associados da CEI que estavam a ela ligados nos anos 60 do século passado, na criação de um prémio a ser atribuído, anualmente, à melhor reportagem/artigo produzido que aborde a importância da memória da Casa.
A iniciativa recolheu, até ao momento, aceitação por parte das diversas entidades. De salientar que, na recente visita a Luanda, Vitor Ramalho, já tinha abordado e sensibilizado as autoridades angolanas, para esta homenagem, incluindo o Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, e o Governador Provincial de Luanda, Bento Bento.
Para a concretização desta homenagem, o Secretário-Geral solicitou a cada Embaixador que indicasse um representante para integrar a comissão organizadora da iniciativa (que será constituída). Vitor Ramalho salientou a importância de que cada Embaixador fizesse parte da comissão de honra, fazendo, desta forma, a ponte junto de cada Presidente da República para também a integrarem, sugerindo, inclusive, outras instituições ou personalidades.
O Secretário-Geral adianta, ainda, que a comissão organizadora a ser criada (tão breve quanto possível) terá a participação dos ex-associados da CEI e que se aguarda que a CPLP, através da comissão dos embaixadores, indique a data mais adequada e conveniente para a realização dos eventos.
Informações adicionais:
A CEI foi um espaço criado (oficialmente em 1944 e encerrado, pela PIDE, em 1965) no Estado Novo para acolher jovens universitários, para estudar em Portugal, vindos das ex-colónias. De acordo com Vitor Ramalho é muito importante a “preservação da memória comum dos nossos povos”, lançando o desafio para a realização de um grande encontro, no próximo ano, que possa recrear este espaço tão simbólico e histórico.
Aproveitando para assinalar a saída clandestina de um grupo de 120 ex-alunos – que integraram os partidos e movimentos nacionalistas que, mais tarde, dirigiram os países de que eram originários – e recuperar a memória desse tempo e a sua importância histórica, é o principal objetivo desta iniciativa que a UCCLA quer organizar, em parceria com a CPLP.
São tantos os nomes, ligados à CEI, de dirigentes e intelectuais dos nossos países de expressão portuguesa, mas ficam aqui alguns, como: Agostinho Neto (líder do MPLA e ex-Presidente de Angola), Alda do Espírito Santo (escritora e poetisa de São Tomé e Príncipe), Alda Lara (poetisa angolana), Amílcar Cabral (dirigente do PAIGC), Fernando Van Dunem (ex-primeiro-ministro de Angola), Francisco José Tenreiro (poeta de São Tomé e Príncipe), Gentil Viana (nacionalista angolano e histórico militante do MPLA), Joaquim Chissano (ex-Presidente de Moçambique), José Craveirinha (poeta moçambicano), Lúcio Lara (Comandante-Geral das FAPLA), Manuel dos Santos Lima (escritor e professor universitário angolano), Manuel Pinto da Costa (Presidente de São Tomé e Príncipe), Pascoal Mocumbi (ex-primeiro ministro de Moçambique), Pedro Pires (ex-Presidente de Cabo Verde), Pepetela (escritor angolano), Sérgio Vieira (poeta e político moçambicano) e tantos outros.
