Livro de Alda Barros lançado na UCCLA

Livro de Alda Barros lançado na UCCLA

Decorreu no dia 11 de maio, o lançamento do livro de poesia "A Flor Branca de Baobá" da autoria de Alda Barros, nas instalações da UCCLA, que contou com a presença da Secretária-Executiva da CPLP, Maria do Carmo Silveira.
 
    
 
O Secretário-Geral da UCCLA, Vítor Ramalho, agradeceu a presença de Maria do Carmo Silveira no evento, realçando a importância dos escritores de São Tomé e Príncipe para a literatura de expressão oficial portuguesa, dando como exemplos Manuela Margarido, Alda do Espírito Santo, Francisco José Tenreiro, entre outros. Afirmou, ainda, que o país tem possibilitado dar a conhecer um rol “verdadeiramente invulgar, de homens de cultura, sobretudo de escritores, quer na poesia, quer na novela, quer no romance”.
 
Para Vítor Ramalho, Alda Barros “é uma cidadã do mundo, com um percurso verdadeiramente notável, não apenas nas várias paragens deste planeta, conhece-o e palmilhou-o bastante bem, quer a partir de São Tomé, Guiné-Bissau, Angola, Timor-Leste”.
 
Vitor Ramalho recordou, ainda, que é o segundo livro de autores de São Tomé e Príncipe que é lançado na UCCLA, em pouco tempo, referindo-se ao livro de Rufas Santo “Mariazinha, Calcinha de Renda”, apresentado no dia 31 de março. 
 
    
    
 
Para César Abrão, representante da Chiado Editora, este livro é um “entrecruzar de imagens, muito poderosas, muito intensas que, no fundo, se resumem depois e se centram nesta metáfora da árvore, também ela muito enigmática, do Baobá”. 
 
Um momento poético com declamação de poesia ao som do intérprete e compositor de São Tomé e Príncipe, Tonecas Prazeres, abrilhantou o evento.
 
O escritor Luís Rosa falou do percurso de vida de Alda Barros, recordando alguns momentos vividos em Angola.
 
    
 
A apresentação do livro coube ao escritor guineense Tony Cheka, para quem estes “40 textos poéticos” foram “escritos de uma forma divina”, com uma escrita “caleada num mar de conhecimentos, o rigor pelo saber, pelo uso da palavra, pela abordagem, pela forma como nós entramos noutros meios, para além fronteiras, aquele espaço que é nosso mas também o outro espaço que nós conquistamos, espaços apropriados, e ela soube fazer isso”. “Este tema, Baobá, entra na literatura em 1942, através de um francês, Exupery” e passados tantos anos a “Alda volta ao Baobá” que é “uma árvore sagrada de África e diz a lenda africana que Deus, no seu primeiro acto, neste planeta azul, foi construir o Baobá, deu vida ao Baobá”.
 
Para Tony Cheka este livro “traz várias imagens do dia-a-dia guineense, do mais profundo que existe na maneira de ser e de estar do guineense, com o mesmo à vontade, com a mesma capacidade, o mesmo conhecimento com que aborda certas realidades angolanas, Maleme, Kinaxixi, Benguela e vai poemar mesmo em situações dolorosas, de crianças que perderam o seu momento, que estão asfixiadas, amordaçadas, por palavras não ditas, são estas as palavras das poetisa”.
 
Para Alda Barros este livro surgiu da sua vida profissional como jornalista e do gosto pela escrita. Relatou a sua infância e as experiências vividas em casa e da sua ligação com os livros. O título do livro veio no seguimento de um passeio a uma zona que habitualmente a escritora frequenta, para relaxar, um lugar rodeado por boabás.
 
O escritor Manuel Bernardo declamou um poema da autora do livro e Tonecas Prazeres encerrou o evento com mais um momento musical. 
 
 
O livro:
 
“O presente livro é o extracto de um mundo de palavras, sentimentos, sensações que quer queiramos quer não, retém qualquer animosidade e conduzem-nos a um estado de divagação inadvertida. Vários mundos num universo desigual ou plural que às tantas transporta-nos do sonho à realidade ao ponto de nos sentirmos num mundo abstrato em que nele exteriorizamos o lado oculto de sentimentos que embora pessoais eram, até então uma novidade para todos nós. O conjunto “dos mundos” e lugares percorridos em cada um destes poemas, as pessoas com que nele cruzamos e privamos de forma não calculada, a visão, o tacto e o olfato bem como o convívio experiementado, transformaram os meus sentidos em sentimentos vividos nos instantes de toda e qualquer vivência partilhada. O seu tamanho, resulta da imensidão de cada momento que só o bom uso da palavra, metáforas, gestos, animosidade, facetas e descrições conseguem abarcar todos eles de forma tão ímpar quanto íntima.
Alda Barros (Setembro 2016)”
 
Biografia:
 
Alda Barros nasceu no Pantufo em São Tomé e Príncipe. Fez parte do primeiro grupo de jovens jornalistas fundadores do primeiro jornal da primeira República de São Tomé e Príncipe independente - Jornal “Revolução”.
 
Estudou jornalismo e Relações Internacionais na Universidade Lusíada, em Luanda. Iniciou carreira no PNUD em Luanda em 1990 e teve o seu primeiro posto internacional na Guiné-Bissau, em 2000, seguindo-se Timor-Leste e Burundi; regressou novamente à Guiné-Bissau, em 2010, onde trabalha atualmente.
 
Publicado em 11-05-2017