Perante sala cheia, Manuel Rui apresentou o seu mais recente livro de contos intitulado “O Kaputo, Camionista e Eusébio”, no auditório da UCCLA, no dia 2 de março.
Nas palavras do Secretário-Geral, Vítor Ramalho, a UCCLA orgulha-se de ter sido o local escolhido para a apresentação do livro. O conto é escrito de forma invulgar e única, com muito humor à mistura, referiu.
O conto inclui vários relatos de amigos de Manuel Rui - como a filha de Eusébio da Silva Ferreira, Boaventura de Sousa Santos, José Jorge Letria, João Malheiro e João Manuel Mendes -, incluindo o de Vítor Ramalho, que foi, no Huambo, colega do autor.
De acordo com o editor Manuel Fonseca, da Guerra e Paz Editores, o desafio de Manuel Rui para a apresentação deste livro passaria por convidar um “maestro, um escritor e um cineasta” em apenas um telefonema - foi escolhido António Vitorino d’ Almeida.
Referindo-se a Manuel Rui, o editor afirmou que “descobri que ele é um autor exigente, atentíssimo aos pormenores e de uma grande gentileza rezingona, por muito querer que a literatura, os livros e a cultura tenham no mundo e nas nossas vidas o papel central que, infelizmente, nem sempre lhes é reconhecido”.
Este livro, para o editor, é “um grande conto, que tem personagens inteiras, completas, que muitos romances longos de muitas e muitas páginas não lhes conseguem, por vezes, dar” que transmite “um grande cuidado literário, de um excelente domínio dos diálogos, dum impecável domínio da narrativa”.
Para Luandino de Carvalho, adido cultural da Embaixada de Angola, este livro é uma “história repleta de sentidos e de união, de amizade, de fraternidade” que reforça a ligação entre Portugal, Angola e Moçambique. “É um livro excelente, é um livro diferente, que nos faz recuar 51 anos e perceber que a vida é assim mesmo, cheia de cores e de surpresas”.
A apresentação do livro esteve a cargo de António Vitorino d’ Almeida, para quem o livro é de “fraternidade, de uma fraternidade não anunciada, esperada, de uma fraternidade que se descobre a si própria e que tem como pai um homem chamado Eusébio”. “É um livro de emoções, de puxar à lágrima”, mas também é “cómico”.
Antes das palavras do autor, o cantor Paulo de Carvalho presenteou toda a plateia com a interpretação da música “Os Meninos do Huambo” cuja letra é da autoria de Manuel Rui.
Visivelmente emocionado, Manuel Rui agradeceu a todos quantos colaboraram no seu livro, afirmando que “fizemos um coletivo consensualizando a poética do futebol do Eusébio”, acrescentando que “Eusébio é consensual e é disso que precisa o mundo…. consenso entre as pessoas, das mais diversas e diferentes”.
