Conferências de Lisboa

Conferências de Lisboa

Sobre o tema “A globalização do desenvolvimento” a segunda edição das Conferências de Lisboa - que decorreu nos dias 5 e 6 de maio, na Fundação Calouste Gulbenkian - reuniu cerca de 30 oradores nacionais e internacionais, que debateram as principais questões da agenda internacional, como o desenvolvimento sustentável, modelos de crescimento, governação, economia, globalização, segurança internacional.
 
Na sessão de abertura - com Artur Santos Silva, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Luís Amado, presidente da Comissão de Organização das Conferências de Lisboa, Eduardo Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República, e António Guterres, ex-primeiro-ministro e Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (que enviou uma mensagem de vídeo) - Luís Amado referiu que com este evento se pretende “fazer de Lisboa uma plataforma capaz de acompanhar o debate e ter uma palavra a dizer nos desafios da globalização e das grandes mudanças, é um dos desafios que se colocam à organização”.
 
  
 
O antigo primeiro-ministro português António Guterres defendeu uma ação coerente da comunidade internacional para inverter a "caminhada trágica para cada vez menos paz e cada vez mais insegurança", registada nas últimas décadas.
 
O Secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho, foi o moderador do painel "Conceitos Globais: Desenvolvimento sustentável e globalização”, do dia 5 de maio - composto por Khalid Malik (ex-Diretor do Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano, Nações Unidas), Catarina de Albuquerque (Diretora Executiva da Parceria Global Sanitation and Water for All), Mónica Ferro (Docente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas - ISCSP) e Fernando Jorge Cardoso (Coordenador da Comissão Executiva das Conferências de Lisboa). 
 
    
 
Na ocasião, Vitor Ramalho relembrou que se assinala o Dia Internacional da Língua e da Cultura portuguesas e que a língua portuguesa “é uma das línguas com maior expansão à escala planetária e com crescimento relevante depois das independências dos países africanos lusófonos. O que representa hoje, no mundo, do ponto de vista da própria economia, em resultado desta afirmação, e a singularidade de ser das cinco línguas mais faladas do mundo e em progressão, aquela que é uma língua nativa, dá-nos bem conta do potencial de afirmação que nós temos no mundo para o desenvolvimento deste período da globalização”. 
 
O responsável falou, ainda, sobre a crise da globalização “fruto do preço das matérias-primas e que assola, de forma grave, a maioria dos nossos países, com uma incerteza muito grande relativamente ao futuro”, acrescentando que “neste momento, aqui e agora, que havia todas as condições para haver uma resposta de entreajuda na afirmação de projetos comuns, que visassem o desenvolvimento, o reforço da Europa, que dessem um contributo à Europa com uma conceção tolerante e universalista, tão indispensável à concretização da paz”. Esta crise adianta, deixa “os cidadãos à mercê de si próprios, fruto de conceções valorativas do mercado, na minha perspetiva de forma muito excessiva, e que lançam incertezas cada vez mais acentuadas nos cidadãos.
 
A sessão de encerramento das II Conferências de Lisboa esteve a cargo do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
 
 
As Conferências de Lisboa têm uma periodicidade bienal e são uma iniciativa conjunta de oito entidades: Fundação Gulbenkian, Câmara Municipal de Lisboa, Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, Instituto Marquês de Valle Flor, Fundação Portugal-África, UCCLA, ISCTE-IUL e Sofid. 
 
 
 
 
Publicado em 06-05-2016